A vida depois da graduação
David Forli*
Com milhares de opções nas mais de duas mil Instituições de Ensino Superior do Brasil, não é de surpreender que os profissionais tenham dúvida ao escolher uma opção de educação continuada. Nos parágrafos a seguir, espero ajudar a refletir sobre esta importante escolha.
Tudo aquilo que se faz após a graduação é educação continuada. Pode ser formal, como uma pós-graduação lato ou stricto sensu; ou informal, como os cursos livres, aperfeiçoamento, extensão, educação executiva, entre outras nomenclaturas. Escolher entre uma dessas opções vai depender de uma série de fatores, mas principalmente do objetivo com o curso, dos recursos disponíveis e do tempo que possui para se dedicar aos estudos.
Se o resultado esperado é um aprofundamento de carreira dentro de uma profissão (seja para sustentar uma carreira já assumida ou por um desejo de transição), sua escolha deve ser por uma especialização. Se o objetivo é a carreira docente, o caminho é um mestrado ou doutorado. Para quem busca se atualizar em uma competência ou habilidade específica, ou ainda, aprender a utilizar novos conceitos ou ferramentas, um curso livre ou de extensão pode funcionar bem.
Importa considerar que a questão financeira não pode ser deixada de lado e, para muitas pessoas, pode ser decisiva nessa escolha. Muitas empresas oferecem ajuda de custo aos funcionários que optarem por investir em educação continuada. Também deve-se levar em conta que esse investimento geralmente tem um retorno a curto prazo, com uma promoção ou aumento de salário. Mas se nenhuma dessas condições se encaixa no seu perfil profissional atual, não caia na tentação de optar por um curso de menor duração apenas pela questão financeira. Hoje, cursos muito sérios de EAD estão disponíveis por valores bem mais acessíveis que os presenciais. É algo a se considerar.
Outro ponto positivo para a modalidade de Ensino a Distância é o tempo. No EAD, é possível fazer um curso dentro do seu horário disponível, em qualquer lugar. Mas o sucesso do aprendizado depende de muito mais disciplina e dedicação do estudante. Há de se pesar também a necessidade de infraestrutura. Quando se trata de Ciência Social Aplicada, Direito, Administração, Educação, a compreensão do conteúdo e possibilidade de aplicação não há grandes perdas se a instituição não oferecer infraestrutura de ponta. Já em áreas como Psicologia, Neurociência, Medicina, Odontologia e diversas carreiras em Gastronomia, Saúde, TI e Engenharias, a infraestrutura pode ser vital para a compreensão do conteúdo e pode até mesmo limitar a capacidade que o curso terá de compartilhar e explorar as tendências futuras da carreira.
Voltando à questão do tempo, o período que se pode dedicar aos estudos é determinante na escolha do programa. Uma pós-graduação lato sensu geralmente dura entre 12 e 18 meses, com aulas entre uma e duas vezes por semana. No stricto sensu (mestrado e doutorado), os programas vão de 24 a 48 meses e, em muitos casos, as aulas ocorrem em horário de atividade comercial.
Definido o programa e a área escolhida, é hora de comparar os cursos disponíveis no mercado. Outro dia, brincando com um aluno, criei esta metáfora: quando você resolve mudar de carro, não se pode sair buscando “um carro”, pois isso é muito amplo. Defina um ano, marca e modelo, quanto quer gastar - e só então passe a comparar. Do contrário, estará sempre comparando frutas com grãos e não vai conseguir encontrar qualquer relação de custo e benefício.
Um comentário final: independente da opção que adotar, estude! O mercado produz movimentos constantes, interpretá-los e aproveitar as oportunidades depende dos seus conhecimentos!
* David Forli é diretor de Pós Graduação e Relações Institucionais da Universidade Positivo.
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