Divulgação de conteúdo íntimo é tema para o debate escolar
Estudo sugere a necessidade de conscientização para evitar a potencialização do sofrimento da vítima
Estudo científico constata que estudante adolescente vítima da divulgação de conteúdos íntimos em redes sociais tem o seu rendimento escolar prejudicado, sem que haja mecanismos para, pelo menos, amenizar a situação. Uma das conclusões é de que a temática deveria ser problematizada frequentemente junto à comunidade estudantil, promovendo conscientização para evitar o sofrimento duplo da vítima: o da exposição nas plataformas digitais e da depreciação por membros de grupos de convivência dentro e fora da escola, influindo negativamente na vida estudantil.
O psicólogo Diego Franco Manoel fez o estudo de caso ocorrido com estudante de uma escola em cidade de médio porte do interior paulista. O objetivo foi analisar as possíveis implicações decorrentes da exposição de imagens íntimas no processo de educação escolar em uma escola pública, mas que também poderia apresentar os mesmos danos caso ocorresse em instituição particular, conforme observação feita pelo orientador da pesquisa, Dr. Marcos Vinicius Francisco, desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação da Unoeste.
Na análise sobre a perspectiva histórico-crítica foi possível identificar o impacto negativo, causado pela exposição indevida e criminosa, na vida social e estudantil do adolescente. O apoio da direção e dos professores não foi suficiente para evitar as agressões e diminuir sua dor. Em momento algum, inclusive depois, houve mediação escolar para tratar do problema, seja dentro ou fora da escola. Essa ausência de intervenção deixa os estudantes à mercê de comentário e olhares depreciativos.
De acordo com Francisco, esse é um tema que precisa ser divulgado e trabalhado nas escolas, inclusive por conta da reconfiguração do problema diante da lógica e exploração sexual de crianças e adolescentes, principalmente em sua configuração online. O resultado do estudo científico se tornou público nesta quinta-feira (5) com a banca de defesa da dissertação produzida por Franco, avaliada e aprovada pelos doutores Ricardo Eleutério dos Anjos e Renata Maria Coimbra, convidada junto à Unesp.
Egresso do curso de Psicologia da Unoeste e especialista em Fundamentos da Psicanálise de Freud a Lacan nesta mesma instituição, na qual participou do Grupo de Pesquisa com Populações em Situação de Vulnerabilidade Social (GPPVS), Franco recebe agora o título de mestre em Educação.
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