Maker na educação só tem sentido ao produzir conhecimento
Atividades focadas apenas no fazer, sem aplicação de conceitos, são prejudiciais para o ensinar e o aprender
Para o pesquisador vinculado à Unicamp, o doutor em estudo e pesquisa em educação José Armando Valente, a atividade maker é prejudicial aos processos de ensino e de aprendizagem quando só foca no fazer e não trabalha o conhecimento. Este seu pensamento foi exposto para pesquisadores e alunos dos programas de pós-graduação stricto sensu em Educação da Unoeste e da Unesp em aula magna na manhã desta quarta-feira (4) no auditório Jacarandá, no campus II.
Conforme o ministrante, a cultura maker tem sido uma febre nas escolas brasileiras de ensino básico, com muita ideia no fazer do que na transmissão ou produção de conhecimento. Considera o só fazer, sem trabalhar os conceitos, como prejudicial em qualquer nível de educação. Assim como entende que a cultura maker é satisfatória quando o professor, com intencionalidade pedagógica, consegue detectar habilidades dos alunos para com isso explorar conceitos curriculares.
Porém, considera que grande parte dos professores não estarão preparados para fazer esse movimento, de tal forma que estacionam só no acadêmico ou apenas no prático, sem fazer a junção de ambos. Para promover a evolução do aprendizado, é preciso que o ensino, com base naquilo que foi feito, construa novos conhecimentos curriculares que, por exemplo, podem ser em matemática, artes e ciências.
O professor com intencionalidade pedagógica, pensando no currículo, propõe atividades que alunos podem desenvolver, e baseado nelas, criem outras atividades pelas quais explorem os conceitos desenvolvidos naquilo que foi proposto. Isso é trabalhar no sentido de ajudar o aluno na construção de novos conhecimentos, com base naquilo que foi feito a partir de ferramentas digitais, aproveitamento de sucatas ou em outras modalidades da cultura maker.
A aula magna foi precedida de fala do coordenador do programa de mestrado e doutorado em Educação da Unoeste, Dr. Marcos Vinicius Francisco, que destacou a relação interinstitucional com a Unesp. A apresentação do convidado foi feita pelo pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi. Para Valente, foi interessante falar para professores em atuação e em formação, plantando ideias que podem ser inseridas em suas ações profissionais.
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