Quando o vômito do seu gato é perigoso? Médica Veterinária do CEUB detalha os riscos

Você tem um gato que vomita “novelos de pelos”? É muito considerar o vômito como algo normal para os felinos, especialmente quando associado à eliminação de bolas de pelo. No entanto, esse comportamento pode esconder graves problemas de saúde para o gato doméstico. Fabiana Volkweis, professora de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB) explica que o vômito deste animal deve ser observado com atenção, já que pode ser o primeiro sinal de que algo não vai bem.

Devido ao hábito de se lamberem constantemente, os gatos acabam ingerindo pelos, que deveriam seguir o fluxo intestinal e ser eliminados nas fezes. Porém, de acordo com a docente do CEUB, alguns felinos têm mais dificuldade no trânsito intestinal desses pelos, o que pode levar ao acúmulo e, consequentemente, à regurgitação. “É aceitável que eles vomitem bolas de pelo no máximo duas vezes por mês. Acima disso, já é motivo de atenção”, alerta.

Ao avaliar a frequência dos episódios de vômito do bichano, Fabiana reforça a importância de observar o aspecto do vômito e sinais que o acompanham, como salivação, náusea, falta de apetite, febre, perda de peso, alterações na pelagem, diarreia ou constipação. “O vômito pode apresentar comida parcialmente digerida, bile, espuma ou até mesmo traços de sangue. Nenhuma dessas características deve ser ignorada”, explica.

O vômito também pode estar ligado a doenças do trato gastrointestinal ou a condições sistêmicas, como insuficiência renal, doenças hepáticas, pancreatite, diabetes e hipertireoidismo. A médica veterinária destaca ainda condições inflamatórias intestinais, parasitas, neoplasias e gastrites também figuram entre as possíveis causas. “É importante entender que o vômito não é uma doença, mas sim um sintoma. E, por isso, precisa ser investigado com cuidado.”

Vômitos recorrentes

O primeiro passo é levar o gato a um veterinário de confiança, conforme orienta a professora do CEUB. Exames clínicos, laboratoriais e de imagem, como hemograma, ultrassonografia e análises hormonais ajudam a identificar a origem do problema. Mesmo em vômitos por bola de pelo, suplementos podem ser indicados para facilitar o trânsito intestinal e evitar a recorrência. “O tratamento deve ser específico para a causa. Por isso, é essencial ter o diagnóstico correto e não subestimar o vômito, por mais pontual que ele pareça”, conclui Fabiana Volkweis.