Reforma Sustentável: benefícios, desafios e como fazer escolhas conscientes
Investir em práticas sustentáveis durante uma reforma se firma um compromisso, sobretudo, com o meio ambiente. Por isso, as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos destacam como planejar a obra com responsabilidade e evitar o desperdício
Com o crescente destaque dado às questões ambientais, diversos setores estão sendo colocados em pauta, entre eles, a construção civil, frequentemente apontada como uma das principais vilãs dos impactos ambientais. Em razão disso, a reforma sustentável é um assunto que tem ganhado espaço nos segmentos de arquitetura e design de interiores.
“Explicamos aos clientes que reformar de forma sustentável não significa abrir mão de beleza ou funcionalidade. Pelo contrário, essa decisão se baseia em uma maneira de aliar economia, reaproveitamento e design criativo através da gestão de recursos disponíveis sem comprometer a qualidade do projeto”, explicam Danielle Dantas e Paula Passos, da Dantas & Passos Arquitetura.
Apesar do tema soar repetitivo, as arquitetas enfatizam que pensar em sustentabilidade nunca é demais, principalmente na construção civil. Afinal, o setor residencial sozinho é responsável por cerca de 20% das emissões globais de gases de efeito estufa ligados ao consumo de energia. E pensando nisso, elas reuniram algumas dicas práticas para quem deseja adotar soluções sustentáveis na hora da reforma ou construção.
Benefícios x Desafios
Uma reforma sustentável começa com planejamento estratégico e escolhas conscientes desde o primeiro momento. Para a arquiteta Paula Passos, o ponto de partida está em compreender o espaço a ser reformado, avaliando as condições atuais e identificando oportunidades de reaproveitamento de materiais.
Com benefícios que se refletem no bolso, na qualidade do ambiente e na preservação do planeta, a abordagem sustentável tem se tornado um pilar fundamental na arquitetura contemporânea | Projeto da Dantas & Passos Arquitetura | Foto: Maura Mello
“Materiais como pisos de madeira podem ser restaurados, enquanto portas e janelas antigas podem ser transformadas em móveis ou elementos decorativos. Esses são apenas alguns exemplos que, dependendo do estado do material, podemos dar uma nova vida útil a ele”, afirma a arquiteta Danielle Dantas.
Esse aspecto positivo resulta em economia financeira: materiais reaproveitados podem reduzir os custos de construção sem comprometer a qualidade ou a funcionalidade do projeto. Outra vantagem está na eficiência energética, garantida por estratégias como iluminação natural e ventilação cruzada, que também geram economia a longo prazo nas contas de energia elétrica. “Ambientes bem ventilados e iluminados naturalmente economizam energia e oferecem mais conforto. Avaliar a implantação de um imóvel ou a disposição dos cômodos é fundamental para garantir insolação e ventilação adequadas”, completa Paula Passos.
A etapa de planejamento deve incluir ainda o levantamento de fornecedores locais para reduzir emissões com transporte | Foto: Freepik/Divulgação
No entanto, por mais atrativa que seja essa abordagem, Danielle Dantas incita que desafios precisam ser enfrentados para que a reforma sustentável seja, de fato, viável. “Um dos principais entraves é a disponibilidade de materiais ecológicos no mercado. Muitas vezes, esses itens têm custos iniciais mais elevados ou requerem uma pesquisa adicional para serem adquiridos”, diz. Outro desafio é a questão da conscientização, tanto da equipe de execução quanto do cliente, já que todos os envolvidos precisam compreender os benefícios a longo prazo das práticas sustentáveis e estar dispostos a enfrentar os ajustes necessários durante a obra.
“Mas apesar dos desafios, os benefícios de uma reforma sustentável são bem claros e podem ser alcançados com um planejamento cuidadoso e uma abordagem colaborativa. A união de economia, eficiência e consciência ambiental não só valoriza o imóvel, mas também contribui para um futuro mais responsável e equilibrado”, afirma Danielle Dantas.
Práticas sustentáveis
Investir em soluções que reduzam o consumo de energia e água é um dos pontos altos de uma reforma sustentável. Algumas das estratégias mais indicadas pelas arquitetas incluem:
1. Eficiência energética e hídrica
Paula Passos sugere eleger lâmpadas de baixo consumo de energia, como o led, o mesmo é válido para eletrodomésticos | Projeto da Dantas & Passos Arquitetura | Foto: Maura Mello
Aproveitamento de luz natural e iluminação LED: O uso de iluminação em LED e o máximo aproveitamento de luz natural reduzem a dependência de energia elétrica.
Aparelhos com tecnologia inverter: Equipamentos como ar-condicionado e aquecedores inverter consomem menos energia, promovendo economia no longo prazo.
Sistemas de reuso de água: Águas de reuso podem abastecer descargas, limpar ambientes ou irrigar plantas.
Energia solar: A instalação de placas solares é uma solução acessível que oferece significativa redução nos custos de energia.
2. Seleção de materiais
O contraste entre materiais antigos e novos, se for bem estudado, pode trazer um resultado interessante no estilo de décor | Projeto da Dantas & Passos Arquitetura | Foto: JP Image
Madeiras certificadas e de demolição: Opções como madeira certificada ou reaproveitada garantem durabilidade com menor impacto ambiental. Madeira de demolição, bem como tijolos reaproveitados, são ideais para criar decks, pergolados e outros elementos decorativos com autenticidade.
Tintas à base de água e cerâmicas duráveis: São mais ecológicas e ideais para acabamentos, pois combinam sustentabilidade e alta qualidade.
Reaproveitamento de revestimentos: Materiais antigos, como tacos de madeira ou azulejos, podem ser restaurados e reutilizados, conferindo personalidade ao ambiente.
3. Natureza integrada
Pensar em plantinhas no projeto de interiores, além de trazer a natureza para os ambientes, devem ser consideradas para se desenvolver bem em áreas internas | Projeto da Dantas & Passos Arquitetura | Foto: Buzina de Imagem
Plantas no projeto: Além de purificar o ar, vegetações internas ou em jardins e varandas ajudam a criar um ambiente mais agradável e fresco.
Coberturas verdes: Funcionam como isolamento térmico, reduzindo a necessidade de ar-condicionado.
4. Tecnologia
Automação residencial: Sistemas inteligentes para controle de iluminação, irrigação e temperatura otimizam o uso de recursos e minimizam desperdícios. A tecnologia permite adaptar o consumo à rotina familiar, garantindo eficiência energética e hídrica.
Gerenciamento de resíduos
Após o ‘quebra-quebra’ da reforma, o descarte adequado de entulhos precisa ser definido com responsabilidade. “Os resíduos da construção civil estão entre os maiores poluidores do mundo. Separar e encaminhar materiais para reciclagem reduz significativamente o impacto ambiental. Caçambas e empresas especializadas devem ser escolhidas com cuidado, garantindo que os materiais sejam separados e encaminhados para reciclagem ou reaproveitamento”, lembra Paula Passos.
Além de reduzir o impacto ambiental, reformas sustentáveis podem gerar impactos sociais positivos. Materiais e móveis reaproveitáveis podem ser doados para ONGs e projetos que auxiliam comunidades em vulnerabilidade.
“Reformas não precisam ser sinônimo de desperdício. Podemos transformar o que não será mais usado em oportunidades para quem precisa, promovendo um ciclo sustentável e solidário”, conclui Danielle Dantas, uma das sócias da Dantas & Passos Arquitetura.
Sobre a Dantas & Passos Arquitetura
A Dantas & Passos Arquitetura desenvolve projetos de arquitetura e design de interiores para os segmentos residencial e comercial. Atuando no mercado desde 1996, as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos valorizam os projetos que os clientes possam realmente aproveitá-los. Cores neutras e atemporais fazem parte da essência da dupla, que tem um vasto portfólio nas cidades de São Paulo, interior e Miami. “Buscamos sempre pensar em soluções exclusivas e feitas sob medida para cada cliente, sempre respeitando os sonhos de cada um. Participamos pessoalmente de todas as etapas do projeto, desde a criação até os objetos de decoração.”
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