Brasil Pode Expandir a Malha Metroviária Com Capital Privado, Afirma Especialista
A malha metroviária nas principais cidades brasileiras é muito pequena se comparada a países com estágio semelhante de desenvolvimento econômico. Os projetos de expansão esbarram sempre nos limites orçamentários da União, de estados e municípios. Na opinião de especialistas, essa barreira pode ser superada se os gestores públicos apresentarem projetos bem organizados e críveis aos agentes financeiros privados.
“Há recursos disponíveis no mundo para projetos assim”, lembra o engenheiro Tarcísio Barreto Celestino, professor da Escola de Engenharia de São Carlos e ex-presidente da ITA, principal entidade da indústria de túneis em todo o mundo.
Ele presidiu por três anos (até 2019) a Associação Internacional de Túneis e do Espaço Subterrâneo (ITA) e, nessa condição, visitou dezenas de países e conheceu diversos projetos envolvendo a construção de túneis. “O importante é formular bons projetos de ponto de vista técnico e financeiro e apresentá-los ao mercado investidor”, ressalta. “Em São Paulo isto já foi feito, por exemplo, nas Linhas 4 e 5 do Metrô”.
Esse é um dos temas tratados pelo engenheiro no 4º episódio do “Falando em Túneis”, o podcast do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT), que chega agora aos principais agregadores e plataformas do mercado.
Beneficiada pela revolução digital, a indústria de túneis está em expansão no mundo, especialmente nos países asiáticos. Os profissionais mais jovens são aqueles que levarão adiante essas transformações, que estão alterando o modo como são elaborados os projetos e construídas as obras subterrâneas, acredita Celestino.
As novas tecnologias, a participação dos jovens e as implicações positivas das obras subterrâneas para o meio ambiente foram assuntos que ganharam destaque neste último episódio do podcast.
Celestino ressalta a importância da digitalização nos avanços alcançados pela indústria de túneis. “Chamamos esse processo de Tunnelling 4.0”, conta o engenheiro. “Estamos vivenciando um grande progresso, principalmente nas máquinas tuneladoras, mas não só. As novas tecnologias produzem mudanças também nos equipamentos de escavação de túneis convencionais e nos robôs para aplicação de concreto projetado”, explica o professor.
Nessa empreitada de modernização tecnológica nas obras subterrâneas estão os jovens, que ainda têm muito a contribuir. A introdução de módulos e cursos em universidades brasileiras com foco em túneis é um dos avanços do segmento comemorado por Tarcísio Celestino, que não ouvira falar dessas obras em sua graduação.
A preocupação com o meio ambiente também entrou em pauta na conversa com o ex-presidente da ITA. Dando o exemplo da rodovia Rio-Santos, no trecho entre Maresias e Boiçucanga, no litoral paulista, ele lembra que a opção à época foi por uma estrada que contornasse o morro, o que tornou o trecho muito mais propício a acidentes graves, além de provocar mais consumo de combustível por quem passa pelo local. Celestino questiona o quanto de emissão de CO₂ poderia ter sido evitada se fosse construído um túnel nesse trecho.
Natural de Juazeiro do Norte (CE), Tarcísio Barreto Celestino veio para São Paulo aos 15 anos para estudar. A imprevisibilidade do comportamento do solo nas obras de engenharia o atraiu para o estudo da engenharia geotécnica e mais tarde despertou também o seu interesse pelos túneis. Ele é professor da Escola de Engenharia de São Carlos (da Universidade de São Paulo) e gerente da Themag Engenharia. Foi presidente do Comitê Brasileiro de Túneis e também da ITA, principal entidade internacional do setor.
Tarcísio Celestino compartilha com o ouvinte do podcast esse conjunto de conhecimentos e experiências a respeito de um tema vital para o Brasil e o mundo. Acompanhe mais histórias e novidades da comunidade tuneleira no “Falando em Túneis”, o podcast do Comitê Brasileiro de Túneis. Uma parceria entre o CBT e a Strada Comunicação. Ouça o 4º episódio aqui.
Comitê Brasileiro de Túneis
O Comitê Brasileiro de Túneis é uma entidade de caráter técnico-científico ligada à Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica. Fundado em 1990, o CBT reúne profissionais, acadêmicos e empresas da área para discutir questões de túneis e propor soluções subterrâneas, visando sempre o bem estar e a segurança da sociedade.
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