Sobre resseguros e seu enorme potencial no Brasil
*Thiago Tristão
O mercado de resseguros passou, nos últimos anos, por mudanças transformadoras e que foram importantíssimas para sua consolidação. O fim do monopólio, por exemplo, estabelecido em 2007, trouxe enormes desafios as Seguradoras e foi essencial para incrementar a capacidade delas para concessão de seguros em âmbito nacional. Além disso, a concorrência está trazendo novos produtos, maior qualificação, práticas internacionais e geração de empregos.
Se por um lado, negar uma evolução do mercado de resseguros no Brasil está fora de cogitação, por outro, não podemos fechar os olhos para todo o seu potencial e pontos que precisam ser melhorados, como burocracias excessivas e a elevada carga tributária que também atinge as resseguradoras.
Com maior expertise internacional na avaliação e precificação de riscos, ele permite que as seguradoras assumam riscos variados, tendo papel fundamental na expansão e manutenção saudáveis do mercado segurador.
É claro que a nebulosidade econômica que paira sobre nosso país acaba por prejudicar também o mercado de resseguros. No entanto, cabe a todos os players deste setor se unirem para preparar o terreno para o momento de retomada econômica. Terreno este que é sem dúvida extremamente fértil.
Primeiro, vamos aos números. Hoje o Brasil já é considerado um mercado global e, dos 40 maiores grupos resseguradores mundiais, 38 operam regularmente por aqui. Em quase 10 anos a receita de resseguros pulou de R$ 3,8 bilhões por ano para R$ 10 bilhões, em 2016. No mesmo ano, o mercado de resseguros apresentou um crescimento de 3,6% se comparado a 2015, alcançando R$ 7,5 mi em 2016.
Mas, afinal, o que torna o mercado de resseguros tão promissor?
O simples fato de que apenas 10% dos prêmios segurados no país são ressegurados responde grande parte da pergunta. Este fato pode ser explicado principalmente pela quantidade de setores que ainda são mal explorados pelo resseguro, como por exemplo o resseguro das carteiras de saúde, entre outras Para que isto de fato aconteça, é necessário que resseguradoras e seguradoras reforcem ainda mais suas parcerias, entendendo mais profundamente as particularidades e legislação vigentes, buscando o equilíbrio em negociações justas no longo prazo.
É necessário conhecer muito bem os seus clientes, possibilitando oferecer produtos condizentes com cada perfil, ampliando assim as oportunidades de novos negócios e crescimento orgânico. A tecnologia deve ser nossa aliada nesta caminhada. O uso do big data, por exemplo, não pode ser negligenciado nesse processo. Conhecer detalhadamente nossos potenciais clientes e entender a fundo o risco de cada contrato são fatores-chave para o crescimento.
*Thiago Tristão é Diretor da MDS Insure para o Rio de Janeiro e Nordeste
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