Três pilares fundamentais de gestão para o momento
A pergunta que segue reinando no mercado corporativo: qual é a saída para momentos como este, de instabilidade econômica? Luciano Salamacha, que é doutor em administração e um dos especialistas em gestão mais requisitados entre as companhias no Brasil, indica três pilares fundamentais sobre os quais as empresas devem agir: o comportamento dos gestores; a estrutura da empresa e o entendimento sobre o mercado.
-comportamento dos gestores: pode ser influenciado por dois fatores: autoestima e insegurança. E é normal que exista confusão entre esses dois. “Autoestima é o quanto eu gosto de mim, o quanto considero minha organização algo do qual devo me orgulhar”, comenta o especialista. Já a insegurança é decorrente de uma sensação de não ser capaz de dar conta de uma determinada tarefa, de tomar decisões em ambientes instáveis etc. A autoestima tem que ser gerida e reforçada o tempo todo. Já a insegurança deve ficar somente no campo de atividade técnica ou profissional e, se aparecer, deve ser resignada em sua real dimensão. “Em bom português: se tenho receio de não dar conta, tento me qualificar, mas sem perder a autoestima”, explica Salamacha.
-estrutura da empresa: o grande desafio é estar disposto a repensar tudo aquilo que é feito na empresa. “É preciso ter em mente que o que deu certo até ontem, hoje pode ser um completo desperdício, algo que o cliente até goste, mas não tem condições de pagar, ou que não se dispõe mais a custear”, acrescenta o consultor. Diante desse cenário, o empresário deve buscar novas técnicas de gestão, e implementar métodos eficazes de mapeamento de cada comportamento e atitude dentro da empresa, que estão realmente ligados a resultados práticos. “É tempo de decisões rápidas”, ressalta.
-entendimento sobre o mercado: o empresário deve dedicar mais tempo para a estratégia da organização. Pensar diferente, analisar como mudou o comportamento dos clientes e, fundamentalmente, repensar o portfólio de produtos e serviços ofertados como um todo.
Salamacha alerta que “a queda no consumo não deve ser confundida com ’estagnação total’. Menos pessoas consomem menos quantidade do mesmo produto. Logo, a empresa precisa vender ‘mais produtos para mais pessoas’ para conseguir faturar o que já vinha faturando. E o cliente já não é mais o mesmo, tem outro perfil. Por isso, o empresário deve entender o quanto isso impacta na sua maneira de agir”.
Salamacha também é Mestre em Engenharia de Produção, com MBA em Gestão Empresarial e Pós-Graduação em Gestão Industrial. É palestrante, professor em programas de Pós-Graduação e Mestrado em instituições de ensino no Brasil, Argentina e EUA. Docente no Instituto Olímpico Brasileiro e na FGV Management, onde foi por sete anos considerado o melhor professor de Estratégia de Empresas nos MBAs, e um dos poucos professores que foram laureados para o Quadro de Honra de Docentes.
Seu site é www.salamacha.com.br.
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