Em uma realidade distópica, uma família de classe média clássica dos Estados Unidos começa a testar um novo dispositivo – a AIA – e, quando menos percebe, passa a ser refém desta inteligência artificial, que se assemelha a uma versão mais avançada da Alexa. Essa é a sinopse do filme “Afraid”, do diretor norte-americano Chris Weitz, que elabora uma teoria da conspiração sobre os avanços tecnológicos com um viés mais aterrorizante. À parte esse quadro fictício, há que se convir: nunca falamos tanto sobre o impacto da IA em nossas vidas e em todas as indústrias da economia contemporânea.

A ascensão de inteligências artificiais, como o ChatGPT e, mais recentemente, o DeepSeek, reforça a necessidade de compreendermos seus impactos e potencialidades. Enquanto a IA chinesa se destaca por seu baixo custo de treinamento e eficiência energética, também levanta questionamentos sobre segurança e privacidade de dados, sendo banida em países como Austrália, Itália e Taiwan. O fato de uma tecnologia acessível conseguir competir diretamente com gigantes como OpenAI e Google nos mostra que a revolução da IA não é apenas um fenômeno isolado, mas uma transformação estrutural - e mais do que tudo, global - em múltiplos setores. É um caminho sem volta, igualmente dissemos nos anos 1990 com a ascensão da internet discada.

Na indústria de seguros, na qual me encontro inserido, a IA já vem redesenhando processos, desde a análise de risco até a personalização de serviços. Algoritmos avançados conseguem prever acidentes, estimar sinistros e ajustar valores de apólices com base em dados dinâmicos, como histórico de direção e condições climáticas em tempo real.

Costumo dizer que a introdução dessa inteligência do século 21 em seguradoras de automóveis é uma questão de eficiência. Mais do que isso, é um divisor de águas na relação com os clientes. Com chatbots cada vez mais sofisticados, o atendimento ao consumidor se torna mais ágil e preciso, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a satisfação dos segurados. Além disso, a automação no processamento de sinistros acelera a liberação de indenizações, reduzindo burocracias e tornando o serviço mais transparente.

Basta pensar na pessoa que se vê diante de um sinistro, como um pneu furado na rodovia. Na condição de empresa fornecedora, uma seguradora precisa atenuar esse transtorno e com agilidade. A IA tem todas as competências para cortar etapas e tornar o atendimento desse indivíduo mais satisfatório.

No entanto, o avanço da IA também traz desafios significativos. O aumento da automação levanta preocupações sobre a substituição de empregos, exigindo que profissionais do setor se adaptem e desenvolvam novas habilidades. A transparência dos algoritmos utilizados para avaliar riscos e definir preços de apólices também precisa ser debatida para evitar vieses e garantir que os consumidores tenham plena compreensão dos critérios aplicados às suas coberturas.

O avanço de plataformas como a DeepSeek também nos faz refletir sobre o uso responsável da tecnologia. Enquanto algumas soluções oferecem inovações impressionantes, o dilema da privacidade e do controle de dados não pode ser ignorado. Governos e instituições financeiras ao redor do mundo começam a discutir regulações mais rígidas para garantir que o uso da IA seja ético e transparente.

O desafio é encontrar o equilíbrio entre inovação e responsabilidade. A IA tem o poder de tornar o setor de seguros mais ágil, acessível e seguro para todos. No entanto, sua adoção deve ser acompanhada de critérios claros para proteger os direitos dos consumidores e manter a confiança no mercado. A colaboração entre seguradoras, órgãos reguladores e especialistas em tecnologia será essencial para garantir que a IA seja uma ferramenta de aprimoramento, e não de exclusão. O futuro da inteligência artificial na indústria de seguros é promissor e sua direção depende das escolhas que fazemos hoje.

Sobre a OON Seguradora

Fundada em 2021, a OON Seguradora chegou para democratizar o acesso ao seguro de automóveis para as classes B, C e D, buscando simplificar os processos com a conveniência de contratar e acionar os serviços de assistência em caso de sinistro, com poucos cliques pela tela do celular. A companhia oferece apólices com cobertura para diversos tipos de contratempos, além de assistência 24 horas com abrangência nacional. Conta com autorização da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão que regula as seguradoras no Brasil.