Quem vai ganhar a Briga pelo oceano azul de veículos sem seguro no Brasil?
Por Raphael Bauer de Lima
Muito desta desproteção tem haver tanto com:
1) Falta de regulamentação que obriga a contratação do seguro de automóvel:Em toda união europeia o seguro é obrigatório, assim como Estados Unidos e pelo menos mais 30 países. É um absurdo, um carro te causar prejuízo em uma batida, não ter dinheiro para pagar e você ter que se virar. Imagina matar alguém? Na Espanha onde trabalhei 6 anos como Diretor, a cobertura de responsabilidade civil obrigatória é de 5 milhões de euros. Aqui os corretores oferecem coberturas de R$ 150 mil e não é obrigatório.
2) Falta de oferta do mercado:Basicamente pela falta de interesse das seguradoras tradicionais de cobrir veículos considerados com maior risco, seja pela idade do veículo, do condutor, ou do tipo de veículo, limitando a briga em um mar vermelho. Carros mais velhos apresentam maior risco e geralmente não são cobertos se tiverem mais de dez anos, e a frota brasileira está envelhecendo: automóveis entre 11 e 15 anos aumentaram de 15% para 31,3% da frota entre 2014 e 2023. Em 2023, a idade média dos carros era de 11 anos e 1 mês, com 53,1% dos veículos tendo mais de dez anos.
As Associações de Proteção Veicular e a nova regulamentação
Obviamente estamos falando de dados de veículos segurados, até porque é dado disponível. Mas existem proteções com associações de proteção veicular, as APVS que estão nadando de braçada no mercado paralelo, pois não existia nenhuma regulamentação ou proteção do consumidor até agora. Já faz um tempo que a proteção veicular é oferecida no mercado e como era uma atividade não regulamentada, geralmente é mais barata, e o cliente corre alguns riscos importantes.
Uma associação ou cooperativa, composta por vários proprietários de veículos. Cada um dos donos têm de realizar pagamento mensal com o objetivo de criar um fundo de reserva. Esse valor arrecadado é utilizado para garantir, por exemplo, os reparos do automóvel em caso de sinistro ou incêndio e até mesmo para ressarcir o associado em caso de roubo ou furto. E se não tiver reserva suficiente para pagar os prejuízos, os associados precisam entrar no prejuízo também aportando recursos, ou mesmo ficando sem indenização.
O presidente Lula (PT) sancionou uma lei que regulamenta a atuação de cooperativas de seguros e associações de proteção veicular. A Lei Complementar 213 é resultado do Projeto de Lei Complementar (PLP) 143/2024 de autoria do ex-deputado federal Lucas Virgílio. A medida, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 16 de janeiro, promete mudar o cenário do setor, impactando diretamente o seguro automotivo. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a nova legislação poderá aumentar a frota segurada em até 30%, com a inclusão de 5 a 8 milhões de veículos. Com isso, associações de proteção veicular tornam-se concorrentes diretas das seguradoras tradicionais. E para para isso, as entidades devem:
• Garantir reservas financeiras suficientes para cobrir indenizações;
• Adotar uma administração separada para recolher contribuições e pagar indenizações;
• Submeter-se à fiscalização da Susep e pagar taxas trimestrais que variam de R$ 19 mil a R$ 1 milhão, conforme o porte.
• Gestões que levem à insuficiência de provisões agora configuram crime contra a economia popular.
• Pagar multas em caso de desobedecer as normas ou que atuam sem autorização. As multas podem chegar em até R$ 35 milhões.
A Briga vai ser boa
A briga vai ser boa e ainda tem mais oceano Azul que vermelho.
Algumas destas associações são gigantes, como é o caso daAPVS Brasil® , que conta segundo seu website, com mais de 280 mil associados ativos, 1200 funcionários, mais de 350 regionais e estruturas físicas de mais de 14 mil m2. Maior que muita seguradora por aí.
Outras já se anteciparam ao movimento e se tornaram seguradoras, como é o caso da BEM PROTEGE que tem mais de 200 mil associados e criou a BP Seguradora , tendo como sócio e garoto propaganda - o cantor sertanejo Gustavo Lima. E vem contratando pesos pesados do mercado, liderado pelo CEO - Gleidson Soares , trouxe Marcus Vinicius Lopes Martins , Marco Antonio Neves e Marcos Antônio Rozzeto, todos passaram pelas maiores seguradoras do Brasil.
E que o falar das INSURTECHS nesta briga?
Empresas de tecnologia que usam todo arsenal para atrair este consumidor que as Seguradoras Incubentes não querem ou não conseguem atender. São seguradoras regulamentadas pela SUSEP, mas com um diferencial de rapidez, agilidade, atratividade para o consumidor e para o distribuidor. Costumam chamar muita atenção pela oferta mágica de aceitar:
Todo tipo de veículo
Sem analisar perfil de condutor (não importando quem vai dirigir e nem onde mora)
Fácil e sem burocracia - Sem termos técnicos - segurês
Aceitam taxi e Uber sem restrição e carro modificado de leilão
E ainda costumam ser mais baratas
Algumas delas comoDarwin Seguros fundada por Firmino Freitas e Carlos Alberto (Beto) Souza Barros que tem executivos como Alex Frederico Dias e sócio como banco BV . Expandiu muito dando prioridade ao maior canal do Brasil, com corretores e assessorias. A Darwin, por meio de inteligência artificial (IA), identifica a forma de dirigir, o que pode garantir descontos de até 30%, a partir do score, de 0 a 100 em comportamento. Quem dirige menos também paga menos.
A Pier Seguradora liderada pelo CEO Igor Mascarenhas, tem 6 anos de existência sendo a 1a seguradora digital e alcançou mais de R$ 130 milhões de
A Neo Seguradora liderada pelo CEO e fundador Renan Alves, é uma seguradora 100% digital aprovada na 2a edição do Sandbox da SUSEP e não possui investidores externos. É agressiva comercialmente, pois promete proteção até 30% mais barata que uma seguradora tradicional. Funciona com capital próprio e vem crescendo já dando resultado em sua operação e prepara abrir novas verticais conforme vídeos publicados.
A Autoday Seguros já alcançou 120 mil apólices de auto com parcerias. Liderada pelo CEO Alec Maia em conjunto com a Kovr Seguradora cujo sócios e líderes talentosos Thiago Moura, Eduardo Viegase @Renato Rennó, já ultrapassaram mais de R$ 2 bilhões de prêmios em todas linhas que operam e crescem mais de 100% ao ano.
A Justos fundada pelo indiano Dhaval Chadha , o mexicano @Jorge Soto Moreno e o espanhol @Antonio Mollins. Tem investidores CEOS como David Vélez e Carlos Garcia Ottati assim como diversos Fundos como SoftBank Investment Advisers . Também reforçou o time com executivos de peso como Luciano Limae passou a focar em corretores também. Foi a insurtech que mais captou recursos até agora.
E tem uma que me chama muito a atenção, que a a Loovi (LTI Seguradora). Tem o Pablo Marçal como sócio e liderada pelo CEO e fundador Quézide Cunha . A Loovi tá jogando pesado, e arriscando com tudo. Prometem ser a NetFlix do seguro, possuem quase 400 mil seguidores no Instagram (10 vezes mais que as maiores seguradoras tradicionais), 40 mil executivos de vendas (criaram um modelo de venda que nenhuma outra tem, sendo corretor ou não e com uma escala aritmética de incentivos e premiações). E conta nada mais nada menos com influencers como Renato Cariani; Celso Portiolli e Whindersson Nunes .
As seguradoras tradicionais também vem se movimentando muito no setor de auto.
Cabe as gigantes continuarem com seus movimentos de melhoria, fusão e consolidação, mas principalmente de olhar este mercado com atenção e prioridade. A grande líder @grupo Porto liderada por Rivaldo Leite tem um volume invejável de R$ 14,4 bilhões de prêmios emitidos até Nov/24 em automóvel, sendo R$ 9,9 bi da Porto e R$ 4,4 bi da Azul Seguros. Seguido pelo Grupo HDI liderada pelo Eduardo Dal Ri com R$8,9 bilhões sendo R$ 5 bi da Yelum Seguradora, antiga Liberty Seguros e R$ 3,9 bi da HDI e a Tokio Marine Seguradora liderada pelo grande Jose Adalberto Ferrara alcançando R$ 7,4 bi em prêmios e que só perdeu o 2o lugar depois da fusão da HDI com a Liberty. A Allianz Brasil liderada pelo Eduard Folch Rue vem crescendo e ocupa o 4o lugar nesta briga com R$ 6,4 bi, passando o Bradesco.
Seguradoras tradicionais vem se movimentando neste nicho dos 70% de não segurados, é a Suhai Seguradora que é líder em seguros de motocicletas e já passou em receita de seguro de automóvel seguradoras multinacionais como Zurich Insurance Company Ltd.
A MAPFRE, a maior seguradora da América Latina e que no Brasil já foi a 3a maior seguradora em auto, vem acelerando e investindo muito em corretores para recuperar seu market share. Hoje é o 6o grupo no ranking e que apesar de ainda ser o dobro da Suhai, tem que dobrar sua carteira para alcançar a Bradesco Seguros & Previdencia liderada por @IvanGontijo que fecha o grupo dos Top 5.
Bom momento para todos
Enfim, este é um excelente momento para este mercado em expansão, seja para os consumidores que possuem mais opção de oferta, para os corretores e demais distribuidores que tem que pensar em ampliar seu portfólio, para os investidores que estão de olho neste grande mercado em expansão e obviamente para as seguradoras tradicionais que possuem nome, tradição, recursos e experiência, mas que têm que se reinventar para competir com estes novos players.
E aí, qual sua aposta?
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