O que esperar da saúde suplementar em 2025?
A saúde suplementar brasileira vive um momento crítico, com desafios regulatórios, avanços tecnológicos e mudanças sociais. Consultas públicas da ANS geram apreensão, enquanto temas como saúde mental, judicialização e impacto da tecnologia são centrais para 2025. Por outro lado, a integração entre grandes players, políticas públicas e regulamentações eficazes é vista como caminho para um sistema mais eficiente e sustentável.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2022 e 2023, o afastamento do trabalho em função da saúde mental teve aumento de 38%, passando a ser uma das três maiores causas de afastamento do trabalho atualmente. Os números desencadearam duas movimentações: a edição da Norma Regulamentadora (NR 01), incluindo as doenças psicossociais como risco ocupacional, e a aprovação da Lei 14.831/2024, instituindo o Certificado de Empresa Promotora de Saúde Mental.
Bruno Iannuzzi, CEO de Benefits da MDS Brasil, destaca que a saúde mental entra definitivamente na pauta da saúde pública e privada, e que essas mudanças têm provocada grande interesse entre as empresas, que agora desejam investir em ações e programas de saúde mental estrutural “que gerem resultados na condição de saúde das pessoas e redução do impacto financeiro relacionado ao absenteísmo e aos custos relacionados à saúde”, aponta.
O especialista também lista os avanços da tecnologia na saúde, com a Inteligência Artificial revolucionando áreas como diagnósticos por imagem, cirurgias robóticas e descobertas de medicamentos. No entanto, ele pondera: “ao mesmo tempo que esses avanços fazem uma revolução na saúde, podem repercutir em um grande aumento de custos quando incorporados ao Rol de Procedimentos da ANS”, diz.
Parcerias no setor
Ao longo de 2025, as empresas firmaram parcerias e expandiram seu leque de soluções como uma forma de promover atendimento multidisciplinar de excelência, eficiência no ecossistema de saúde e melhores resultados clínicos e financeiros. Entre os destaques estão a join venture entre a Rede D’Or e a Atlântica Hospitais, da Bradesco Saúde, e a sinergia entre Grupo Fleury, BP e Atlântica Hospitais, trazendo ao mercado a Croma Oncologia.
“As parcerias permitem ter os principais benefícios da verticalização, controlando o ciclo de vida dos beneficiários de ponta a ponta do atendimento, com o propósito de integrar a jornada do paciente”, detalha Iannuzzi. “O modelo assistencial diferenciado promove atendimento multidisciplinar de excelência, eficiência no ecossistema de saúde e melhores resultados clínicos e financeiros”, acrescenta.
Por outro lado…
Para Sergio Ricardo, executivo dos mercados de seguros e saúde suplementar com mais de 25 anos de experiência, o segmento está vivendo dias difíceis.
“Se não bastassem os problemas já conhecidos, a ANS colocou em discussão vários assuntos a partir de uma audiência pública que, em dezembro, se transformou em uma série de consultas públicas, abertas à contribuição dos interessados, mas já com críticas das entidades representativas do setor”, diz o especialista, lembrando da Consulta Pública 145 (disponível até 03/02), que tem como objetivo coletar contribuições para uma proposta de reformulação da Política de Preços e Reajustes do setor, e que recebeu ferrenhas críticas de entidades como a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e a FenaSaúde.
Os quatro temas tratados pela Consulta Pública 145 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – reajuste de planos coletivos, mecanismos financeiros de regulação (coparticipação e franquia), revisão técnica e vendas online – podem representar uma verdadeira minirreforma regulatória, caso sejam implementadas, segundo a FenaSaúde. A federação, em ofício, solicitou a ampliação do prazo de consulta, que tem como objetivo coletar contribuições para uma proposta de reformulação da Política de Preços e Reajustes do setor.
Já Abramge pediu a suspensão da consulta, argumentando que a abordagem de temas diversos de forma agrupada compromete a qualidade da participação social. A associação sugere que a consulta seja reformulada, com prazos sucessivos de 45 dias para cada tema, permitindo discussões mais aprofundadas e organizadas.
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