A Importância Estratégica da Localização para os negócios em um Centros de Serviços Compartilhados
Por Raphael Mendonça, Diretor-Líder de Capacidades Tecnológicas Globais da Ball Corporation Associada da ABSC
Os Centros de Serviços Compartilhados (CSCs) emergiram como pilares essenciais para a eficiência operacional das organizações ao longo das últimas décadas. No entanto, o papel desses centros não se restringe mais apenas à centralização de atividades. Com a maturidade dos CSCs, novas variáveis entraram em cena, destacando a localização como um fator crítico de sucesso.
Inicialmente, a definição de localização era simplesmente associada ao local onde a estrutura de controle estava situada. Entretanto, com a sofisticação dos CSCs, outras considerações ganharam relevância, como o custo e a qualidade da mão de obra, a eficácia do sistema de gestão, a disponibilidade tecnológica e a proximidade com universidades bem avaliadas.
Um estudo da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados (ABSC) de 2021 revela que 69 % dos CSCs no Brasil estão concentrados na região Sudeste, com São Paulo sendo o estado com o maior número de Centros de Serviços Compartilhados. Essa concentração reflete a busca por maior sinergia entre operações e liderança, além de fatores como infraestrutura adequada e acesso a talentos qualificados.
A transição da centralização para os Centros de Serviços Compartilhados foi um ponto de inflexão nessa jornada, onde além dos ganhos tradicionais de custo, começaram a surgir oportunidades de ganho de escala. Esses centros passaram a administrar não apenas a centralização, mas também o aumento da demanda e a incorporação de novos processos.
A localização dos CSCs hoje reflete uma análise abrangente, considerando fatores como o custo da mão de obra, a qualidade da formação acadêmica disponível, o índice de desenvolvimento econômico e a infraestrutura existente. Além disso, a relação institucional com os governos locais tornou-se uma consideração crucial, não apenas pela questão tributária, mas também pelo suporte em termos de educação, desenvolvimento tecnológico e atração de talentos.
À medida que os CSCs evoluem para unidades de negócios altamente especializadas, a eficiência operacional torna-se ainda mais vital. A localização estratégica não apenas impacta os custos, mas também a qualidade, a prontidão e a capacidade de adaptação a mudanças no mercado. Neste contexto, a transformação tecnológica recente impulsionou a relevância da localização, permitindo uma oferta de serviços cada vez mais sofisticada e alinhada às necessidades globais das organizações.
Os CSCs estão continuamente se transformando e desafiando a relação tradicional com a localização. A pandemia global acelerou essa transformação, questionando ainda mais o modelo de trabalho e colocando em evidência a necessidade de flexibilidade e adaptabilidade. Portanto, a localização dos CSCs não é mais apenas uma questão geográfica, mas uma variável estratégica que molda a competitividade e o sucesso das organizações modernas.
Sobre Raphael Mendonça
Raphael Mendonça possui uma carreira sólida e diversificada, com mais de 20 anos de experiência em diversas áreas. Iniciou sua trajetória como Estagiário de Recursos Humanos na Brasilcap e Estagiário Comercial na Rede. Trabalhou como Analista de Serviços Financeiros na Vale por 7 anos, desenvolvendo habilidades em análise financeira e operações. Há 10 anos, atua na Ball Corporation, onde atualmente lidera a equipe de Automação Inteligente (Digital CoE). Nesta função, tem a missão de transformar processos de trabalho, utilizando tecnologias como IA, RPA, Adoção Digital e Fluxos de Trabalho Inteligentes para digitalizar processos, aumentar a produtividade e melhorar as rotinas diárias dos colegas globalmente.
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