Perspectivas do comércio exterior brasileiro para 2025 (Destaque)
O relatório “Perspectiva Econômica Mundial” (WEO, na sigla em inglês) é um documento do Fundo Monetário Internacional (FMI) que apresenta projeções e análises sobre a economia global. No relatório de 2024, o Brasil ocupa o décimo lugar entre as maiores economias do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,19 trilhões. Os Estados Unidos continuam na primeira posição, com um PIB real de US$ 29,16 trilhões.
Embora o Brasil seja a décima maior economia de 2024, o país responde por apenas 1% do comércio exterior global. Pelos padrões internacionais, o Brasil é considerado um país protecionista, com uma indústria voltada para o mercado interno. A alta carga tributária, somada à instabilidade jurídica, encarece excessivamente os negócios e torna o país pouco favorável ao comércio.
O relatório anual Doing Business para 2024, publicado pelo World Bank Group, que avalia a facilidade de fazer negócios em diferentes economias, sendo amplamente utilizado por empresas, pesquisadores acadêmicos e governos interessados no entendimento do ambiente de negócios em diversas regiões do mundo, coloca o Brasil na 109ª posição do ranking entre 190 países analisados.
Em 2024, a corrente de comércio brasileira (soma das exportações e importações) alcançou US$ 600 bilhões, sendo US$ 335,7 bilhões em exportações e US$ 264,3 bilhões em importações, com um saldo da balança comercial de US$ 71,4 bilhões. Há muito espaço para crescimento, e o incremento do comércio exterior pode intensificar a competição, consequentemente aumentando a produtividade e o emprego.
As perspectivas para o comércio exterior brasileiro em 2025 serão influenciadas por diversos fatores, como mudanças nas políticas internas, tendências globais, avanços tecnológicos e os novos arranjos econômicos globais. Dentre as tendências e previsões que podem impactar o comércio exterior, destacam-se:
Integração com Novos Mercados: O Brasil provavelmente buscará ampliar sua presença em mercados emergentes e em desenvolvimento, além de fortalecer relações com países da Ásia, África e Oriente Médio. A diversificação das exportações será essencial para reduzir a dependência de mercados tradicionais, como a China, que já representa uma grande parte das exportações brasileiras.
Acordos Comerciais Regionais e Globais: O Brasil tem se mostrado mais aberto a negociações bilaterais e multilaterais, como o Mercosul, e pode buscar mais acordos com blocos como a União Europeia e o Acordo Transpacífico (CPTPP). A ampliação de acordos comerciais também pode incluir negociações com países da Ásia, além de aprofundar laços com os Estados Unidos.
Tecnologia e Inovação: O comércio exterior será impactado pelo uso crescente de tecnologias, como inteligência artificial, blockchain e automação, que podem melhorar a eficiência das cadeias de suprimentos e reduzir custos. O Brasil pode se beneficiar dessa revolução tecnológica ao modernizar seus processos logísticos, portuários e de pagamentos internacionais.
Sustentabilidade e Comércio Verde: A sustentabilidade se tornará um fator crucial. O Brasil tem grandes potenciais em produtos sustentáveis, como alimentos orgânicos, energias renováveis e commodities com certificações ambientais (como o café e a soja). A crescente demanda por produtos “verdes” no mercado global pode impulsionar as exportações brasileiras, mas também exigirá maior atenção às questões ambientais e sociais.
Mudanças na Demanda Global: A pandemia de COVID-19 e outras crises geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, trouxeram mudanças nas cadeias de suprimentos globais. A escassez de alguns produtos e a reconfiguração das cadeias de valor podem beneficiar países como o Brasil, especialmente em áreas como alimentos, energia e minerais. No entanto, também pode haver desafios relacionados a custos de transporte e escassez de certos insumos.
Desafios Internos: O Brasil ainda enfrentará desafios internos que podem impactar seu comércio exterior, como a instabilidade política, infraestrutura deficiente e questões fiscais. O sucesso do comércio exterior dependerá da capacidade do país de implementar reformas que melhorem o ambiente de negócios, como a simplificação tributária e a melhoria das infraestruturas portuárias e logísticas.
O Papel da China: A China continuará sendo um ator central no comércio global, e o Brasil provavelmente manterá uma forte dependência da demanda chinesa, especialmente para commodities como soja, minério de ferro e petróleo. No entanto, o Brasil também terá que diversificar suas exportações para reduzir a vulnerabilidade a flutuações nos preços dessas commodities.
Tensões Geopolíticas: O comércio exterior também será moldado pelas tensões geopolíticas. Disputas comerciais, tarifas e políticas protecionistas, especialmente entre potências como os Estados Unidos e a China, poderão criar um ambiente de incerteza para o Brasil, exigindo que o país se ajuste às novas dinâmicas globais.
Política Cambial: É importante para a estabilidade econômica do Brasil o controle da moeda estrangeira , pois isso ajuda a manter um equilíbrio na entrada e saída de moeda estrangeira. A taxa de câmbio influencia os preços dos produtos importados e exportados, o que impacta os preços na economia como um todo.
Em resumo, o comércio exterior brasileiro em 2025 será caracterizado pela busca de diversificação de mercados, pela adaptação a novas demandas por sustentabilidade, pela integração de tecnologias emergentes e pela necessidade de superar desafios internos para garantir um crescimento estável e competitivo.
Aparecido Rocha – insurance reviewer
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