Inteligência Artificial no meio jurídico: dupla perfeita ou perigosa?
Por Jeferson Passos
Cada dia vemos mais a influência da Inteligência Artificial (IA) em todas as áreas de nosso dia a dia, incluindo o mercado de trabalho. Uma pesquisa recente da consultoria Gartner indica que, até 2025, mais de 80% das grandes empresas terão integrado soluções de inteligência artificial em seus processos. Esse dado reflete o crescimento acelerado dessas tecnologias, impulsionadas pela necessidade de otimizar operações e aumentar a eficiência em todas as áreas da sociedade.
Como a IA depende de dados processados, ou seja, precisamos “ensinar” para a Inteligência o que gostaríamos que ela nos auxilie, e todos os processos e decisões judiciais são arquivos públicos, é inevitável que, daqui para frente, uma área esteja ligada à outra. Entretanto, a IA é um sistema estatístico matemático, ou seja, nenhum sistema tem 100% de acerto.
Com isso, é necessário o fator humano com um poder decisório. Fazendo um paralelo com outras profissões, se um médico comete um erro que acaba com a morte de um paciente ou se um engenheiro constrói um prédio e ele desaba, esses profissionais podem ser responsabilizados criminalmente. Daqui para frente o debate acerca da IA no meio jurídico deve ser o mesmo... um advogado ou juiz, não pode sustentar qualquer decisão com base na IA, nem mesmo acredito que uma empresa de tecnologia terá uma OAB para responder juridicamente. O que se mostra provável, é a utilização da IA como ferramenta de aceleração.
Isso pode ser explicado pelo simples motivo de que a IA não tem sentimento. A Inteligência Artificial é altamente especializada e pode ser treinada para executar tarefas específicas, enquanto a inteligência humana é mais flexível e pode se adaptar a uma variedade de situações. Por ser um modelo estatístico, cenários parecidos terão conclusões semelhantes. Fica uma pergunta: E os vários momentos na história em que o ser humano criou um ponto de inflexão sobre uma linha de pensamento ou sobre um ideal coletivo? Nós somos capazes de sentir emoções e demonstrar empatia, por termos consciência de nós mesmos e do mundo ao nosso redor.
Olhando, por outro lado, claro, áreas mais operacionais e mecânicas poderão ser substituídas mais facilmente pela Inteligência Artificial. Contudo, novos empregos serão criados, como o Direito. Antigamente, você se graduava e tinha duas opções: fazer concurso ou trabalhar em escritório. Agora, com o advento da tecnologia, cerca de 30 novas funções para a área da advocacia foram criadas.
Em resumo, a tecnologia está transformando rapidamente a área jurídica, trazendo benefícios significativos, como a automação de tarefas rotineiras e a previsão de decisões judiciais. Porém, embora a tecnologia possa ajudar os advogados a trabalhar de maneira mais eficiente, a habilidade humana e a experiência continuam sendo essenciais para tomar decisões informadas e estratégicas.
*Engenheiro de Softwares formado pela PUC-PR, com MBA em “Executive Management” pela FAE Business School, Jeferson Passos é sócio e COO da empresa de tecnologia e software house Bindflow.
Sobre a BindFlow — Criada em 2021, a BindFlow oferece cinco frentes de soluções tecnológicas: RCO (Controle Remoto de Equipamentos e Simuladores), FisioTeraPlay (saúde), BindTrack (gestão logística), Desenvolvimento de Softwares (Softhouse) e BindInntechs (soluções financeira/contábil). No portfólio, a empresa com sede em Curitiba, desenvolveu soluções para a L'oreal Paris e Eco Salva, a Rumo, a rede de supermercados Condor e a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul). Em seu segundo ano de vida, a BindFlow registrou crescimento superior a 400%. O propósito da empresa é oferecer produtos diferenciados a partir de amplo conhecimento técnico e criatividade, tendo em foco também o desenvolvimento pessoal. Mais informações pelo telefone (41) 99933-4587, pelo e-mail e pelo site:
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