Mudança para 2025: como deixar o vitimismo e abraçar o protagonismo empresarial
Edison Tamascia - Crédito: Divulgação
O ambiente competitivo no Brasil é frequentemente alvo de críticas por parte dos empresários, especialmente no contexto de desafios econômicos. No entanto, um ponto crucial que sempre observo em minhas conversas com gestores é que muitos deles estão excessivamente focados nos problemas, e não nas soluções.
Além disso, existe uma grande esperança de que soluções mágicas de prosperidade venham de fatores externos, como uma redução na carga tributária, leis favoráveis para o seu segmento, ou uma flutuação cambial favorável para importar ou exportar produtos. Esse tipo de expectativa cria um cenário de dependência e vitimismo.
Por isso, divido o mundo empresarial em dois grupos: os empresários que se posicionam como vítimas, sempre culpando o governo, o mercado ou crises externas pelo insucesso de suas empresas, e os empresários que se tornam protagonistas de seus negócios, buscando soluções dentro das suas competências para enfrentar os desafios.
Vítimas enxergam obstáculos como problemas insuperáveis, enquanto protagonistas os encaram como desafios a serem superados. E essa mentalidade faz toda a diferença.
Caminhos para a superação
Como, então, enfrentar os desafios? Para os empresários, especialmente aqueles das pequenas e médias empresas, a solução é buscar parcerias estratégicas, cito como exemplo o associativismo, formando parcerias estratégicas com outras empresas do mesmo segmento. A união em associações empresariais fortalece as empresas, criando oportunidades de crescimento e competitividade.
Tenho uma longa experiência no movimento associativista e posso afirmar com convicção que a colaboração mútua entre empresas é um fator fundamental para o crescimento coletivo e individual. Ao longo dessa trajetória, vi em diversos segmentos que as associações contribuem significativamente para a evolução das empresas e de seus gestores.
Dentre os principais benefícios, está o fato de os empresários passarem a conviver de forma mais colaborativa, o que, até então, seria inimaginável entre concorrentes. Esse ambiente propicia um espírito mais empreendedor, com empresas unindo forças para compras conjuntas, ações de marketing compartilhadas e até mesmo administração mais profissionalizada.
Ao participar de uma associação, as empresas se tornam mais competitivas. No entanto, é importante destacar que, mesmo dentro de um agrupamento empresarial, encontramos tanto empresários que se posicionam como vítimas quanto aqueles que se tornam protagonistas. E lidar com essa situação é um dos maiores desafios enfrentados pelos dirigentes dessas associações.
Fazendo a diferença
Como presidente da Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias), trabalho diariamente para garantir que todos os associados adotem uma postura de protagonismo. E os resultados falam por si: as farmácias associadas às nossas redes cresceram praticamente o dobro do mercado farmacêutico.
Um dos fatores que impulsionaram esse crescimento é o aproveitamento das ferramentas coletivas oferecidas pela rede, como ações de marketing e treinamentos contínuos. O reconhecimento do poder da coletividade tem sido crucial para o sucesso de muitos empresários, que entenderam que o êxito individual está diretamente ligado ao poder de agir em conjunto.
Com base nesses dados, fica claro que ser parte de uma associação não garante, por si só, o sucesso. No entanto, empresários que utilizam de forma estratégica as ferramentas oferecidas pelas redes associativas possuem uma chance significativamente maior de alcançar seus objetivos.
O caminho para o sucesso não está em esperar soluções externas ou em se posicionar como vítima das circunstâncias. O verdadeiro sucesso vem de se tornar protagonista do seu próprio negócio, adotando uma postura de colaboração e aproveitando as ferramentas disponíveis para enfrentar os desafios do mercado.
Edison Tamascia é empresário do varejo farmacêutico há mais de 50 anos e um dos principais defensores do associativismo no país. Também é presidente da Febrafar e da administradora de redes de farmácias Farmarcas.
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