O futuro financeiro do empregado também precisa ser discutido dentro das organizações
Diretora adjunta de Gestão de Saúde na WTW
Nos últimos anos, pudemos notar uma transformação no conceito de bem-estar no ambiente de trabalho, com muitas empresas investindo em iniciativas focadas no bem-estar emocional e físico dos colaboradores. Embora programas de saúde mental, incentivos à prática de atividade física e melhorias no ambiente corporativo sejam comuns, um pilar essencial ainda pouco explorado é o bem-estar financeiro.
Embora a atenção ao bem-estar físico e mental seja crescente, muitas empresas ainda não oferecem o suporte necessário para que seus funcionários alcancem uma boa saúde financeira. De acordo com a pesquisa de Diagnóstico do bem-estar 2024, realizada pela WTW, cerca de 80% das empresas priorizam o bem-estar emocional dos colaboradores, porém a porcentagem chega a apenas 15% quando o assunto é o investimento no bem-estar financeiro.
O bem-estar financeiro está diretamente relacionado à capacidade dos colaboradores de administrar seus recursos de forma saudável, impactando positivamente não apenas seu bem-estar físico, emocional e social, mas também oferecendo uma sensação de segurança em relação ao futuro, especialmente no que diz respeito à aposentadoria.
A falta de educação financeira adequada pode levar ao endividamento, à dificuldade em poupar e à incerteza sobre o futuro. Para muitos profissionais, a saúde financeira futura é motivo de insegurança, já que a ausência de planejamento financeiro impede a construção de uma reserva sólida. Essa questão impacta diretamente o bem-estar, com 58% dos empregados relatando que suas preocupações financeiras afetam negativamente seu bem-estar integrado e que precisam de mais suporte nesse pilar, superando até mesmo o desejo por iniciativas de bem-estar emocional. Assim, as empresas que não investem em programas e ações voltados ao bem-estar financeiro de seus colaboradores deixam de atender a uma necessidade expressiva desse público.
Por outro lado, empresas que já priorizam o bem-estar financeiro oferecem um ambiente mais saudável e seguro, com colaboradores menos estressados e mais confiantes em relação ao presente e ao futuro. Esse foco impacta diretamente a motivação e o engajamento diário no trabalho. Iniciativas como educação financeira, por meio de palestras, consultoria individual, workshops sobre gestão de finanças pessoais e uso de aplicativos para planejamento financeiro, são formas eficazes de promover conscientização e capacitação entre os colaboradores.
Enquanto o bem-estar físico e emocional continua sendo essencial, incluir o bem-estar financeiro nos programas de saúde corporativa é fundamental para um cuidado integral. Empresas que ampliam essa visão fortalecem uma cultura de bem-estar realmente integrada.
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