Os números são alarmantes. De acordo com um estudo da Check Point Research, os ataques a redes corporativas aumentaram 30% globalmente no segundo trimestre de 2024, comparado ao mesmo período de 2023. No Brasil, a situação é ainda mais crítica: o crescimento foi de 67%, com uma média de 2.754 tentativas de ataques semanais durante o terceiro trimestre de 2024. Nesse cenário, o seguro cibernético se consolida como uma das principais ferramentas de mitigação de danos para empresas de todos os portes.

Para atender a essa crescente demanda por segurança, a Wiz Corporate, unidade do grupo Wiz Co dedicada ao mercado B2B, oferece soluções especializadas em seguros cibernéticos. Segundo Eduardo Bezerra, head de seguros cibernéticos da empresa, a contratação desse tipo de proteção vem aumentando consideravelmente, em parte devido à implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e à recorrência de ataques bem-sucedidos que prejudicam a imagem e as finanças das empresas. “Identificamos quase 400 mil malwares diariamente. A segurança cibernética eficiente depende de avaliação constante, políticas de segurança, treinamento e, claro, de uma apólice de seguro cibernético”, explica Bezerra.

Os seguros cibernéticos oferecidos pela Wiz Corporate abrangem dois tipos principais de proteção. A primeira, focada na resposta a incidentes, cobre danos diretos à empresa, como serviços de perícia digital, recuperação de dados, pagamentos de resgate em casos de extorsão, lucros cessantes por interrupção de rede, além de custos com notificação e monitoramento, e restituição de imagem. Já a segunda modalidade, de responsabilidade civil, cobre os prejuízos de terceiros, como custos de defesa judicial, multas e penalidades relacionadas ao vazamento de dados pessoais e corporativos.

Crescimento da demanda e desafios

A procura por seguros cibernéticos segue uma trajetória de crescimento acelerado. Dados da Munich Re revelam que o volume de prêmios globais para esse tipo de seguro passou de US$ 4,7 bilhões em 2018 para US$ 9,2 bilhões em 2021, com projeções de chegar a US$ 22,1 bilhões até o final de 2025. Contudo, a contratação desse seguro exige um alto nível de maturidade em termos de segurança cibernética, o que pode dificultar a adesão para algumas empresas.

De acordo com Bezerra, é essencial que as corretoras de seguros possuam equipes especializadas em cibersegurança para conduzir uma avaliação rigorosa dos riscos antes de negociar a apólice com seguradoras. “Sem essa expertise, há um risco considerável de a empresa não receber uma cotação adequada ou ter o valor da apólice agravado”, alerta.

A unidade de negócios da Wiz Co, adota um processo estruturado para atender empresas interessadas no seguro cibernético. O processo inclui reuniões iniciais para entender o perfil da empresa, entrevistas com as áreas de TI e segurança, análise de vulnerabilidades e, por fim, a negociação com as seguradoras para obtenção da melhor cobertura possível. Mesmo com orçamento reservado, as empresas podem enfrentar desafios, como a adequação ao nível de segurança exigido pelas seguradoras, além de fatores como segmento de mercado, faturamento e sinistralidade que impactam o custo do seguro.

Com a crescente complexidade dos ataques virtuais, o seguro cibernético se torna uma ferramenta cada vez mais indispensável para a continuidade dos negócios e proteção contra prejuízos financeiros e reputacionais.