Da Revista de Seguros: Desemprego juvenil, a Geração “Nem-Nem” e seus impactos no mercado de trabalho
A geração "Nem-Nem" representa um grande desafio para governos e empresas em todo o mundo. A inclusão dos jovens no mercado de trabalho, com a criação de empregos de qualidade e políticas voltadas para a igualdade de gênero, capacitação tecnológica e estabilidade social, é essencial para o desenvolvimento sustentável e para garantir um futuro mais estável e promissor.
O desemprego entre jovens é um desafio crescente para economias emergentes e desenvolvidas em todo o mundo. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) cobra ações urgentes para reduzir a taxa global de desemprego juvenil, que atinge 13%, com foco nas economias de baixa renda.
A geração “Nem-Nem”, composta por jovens que não estão estudando nem trabalhando, é um fenômeno global que causa preocupação em termos de inclusão social e estabilidade econômica.
No Brasil, a situação é ainda mais grave, com 19,8% dos jovens entre 15 e 29 anos desempregados, segundo a Pnad Contínua/IBGE, representando cerca de 9,6 milhões de pessoas. A OIT ressalta que mais da metade dos jovens em todo o mundo enfrentam ocupações informais e jornadas extenuantes, com grande parte deles trabalhando em empregos temporários ou por conta própria.
Jovens: falta de empregos decentes e ansiedade social
O relatório da OIT destaca que três em cada quatro jovens em países de renda baixa só encontram oportunidades de trabalho temporário ou autônomo, gerando uma crescente ansiedade e insegurança quanto ao futuro. A falta de empregos decentes compromete o bem-estar das gerações mais jovens e, consequentemente, a estabilidade das sociedades.
Segundo Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT, a criação de empregos de qualidade para jovens é essencial para garantir estabilidade, inclusão e justiça social. Ele afirma que sem essas oportunidades, o futuro de milhões de jovens está em risco, o que pode impactar negativamente suas famílias e a sociedade como um todo.
Desigualdade de gênero no desemprego juvenil
A recuperação do mercado de trabalho após a pandemia beneficiou mais os homens do que as mulheres jovens.
Em 2023, a taxa de desemprego juvenil para mulheres foi de 12,9%, enquanto para os homens foi de 13%, quase igual.
No entanto, o relatório mostra que a taxa de “nem-nem” entre mulheres jovens é o dobro da dos homens jovens, atingindo 28,1% contra 13,1% para os homens.
Impactos da digitalização e Inteligência Artificial nos jovens
A modernização de setores tradicionais, por meio da digitalização e inteligência artificial, está transformando o mercado de trabalho, mas também limita o potencial de criação de empregos. A OIT destaca que, embora seja necessário aumentar a oferta de empregos qualificados, especialmente em setores como manufatura, muitos países de renda média enfrentam dificuldades em absorver a mão de obra jovem com qualificação.
Iniciativas para capacitação de jovens e habilidades verdes
O relatório da OIT sugere que políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de habilidades verdes e digitais são fundamentais para alinhar as qualificações dos jovens às demandas do mercado de trabalho. Além disso, a digitalização e a inteligência artificial apresentam novas oportunidades, mas também desafios para equilibrar a oferta e demanda por empregos.
Conflitos e instabilidade como ameaça ao futuro dos jovens
Outro fator de risco destacado no relatório é o aumento dos conflitos globais, que afetam diretamente os meios de subsistência dos jovens, incentivando a migração ou, em casos mais graves, o envolvimento com o extremismo. Para a OIT, maiores esforços são necessários para criar oportunidades para a juventude e, assim, garantir uma inserção adequada no mercado de trabalho.
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