Um outro golpe?: débito referente a seguro na conta corrente dos clientes (Destaque)
Como é possível que uma instituição financeira aceite realizar débitos na conta de um cliente sem sua expressa autorização? Cada vez mais, surgem relatos de débitos irregulares, levantando questões sobre a integridade dos processos financeiros. A situação torna-se ainda mais alarmante quando, ao verificar a conta, somos surpreendidos por um valor inesperado. Ao entrar em contato com o banco, somos redirecionados a um número de telefone, parecendo que a seguradora já estava à espera de nossa ligação, com uma proposta de cancelamento que, por óbvio, não aceitamos. Após insistir pelo contato da corretora ou vendedora que “vendeu” o tal seguro, somos informados de que teria um prazo de 48 horas para obter respostas.
A pesquisa em plataformas de reclamações, como o Reclame Aqui, revelou um panorama preocupante. A empresa em questão obteve uma avaliação de 5,9 em 10, classificada como RUIM, e a coincidência dos débitos não autorizados se acentuou ao observar que isso ocorreu especificamente na mesma instituição onde mantemos a nossa conta. É angustiante pensar que, ao depositar nosso dinheiro em um banco, esperávamos não apenas segurança, mas também respeito aos nossos direitos como correntista.
Além disso, a análise estatística disponível no Reclame Aqui é elucidativa: em 2022, foram registradas centenas reclamações, um salto para cerca de 3.000 em 2023, e um aumento de cerca de 35% a mais nos últimos 12 meses. Isso levanta algumas indagações cruciais: por que, diante de um volume tão alarmante de queixas, a instituição não tomou providências efetivas para evitar débitos não autorizados?
Observe-se que muitas instituições pedem formalmente para os clientes autorizarem os débitos até por app. A morosidade em se adaptar aos procedimentos internos sugere uma pendência de compromisso em proteger os interesses de seus clientes.
Assim, a reflexão nos leva a alguns pontos indagativos e cruciais: a mudança é uma condição essencial para a confiança no sistema financeiro? Se as instituições não se responsabilizarem pela segurança e transparência de suas operações, a desconfiança continuará a crescer, e a necessidade de um verdadeiro comprometimento para a resolução desse problema se tornará ainda mais premente? Somente assim poderemos vislumbrar um cenário onde a proteção do consumidor se torne uma prioridade inegociável.
Armando Luís Francisco
Jornalista
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