Efeitos do Clima Global
O clima global tem demonstrado uma crescente imprevisibilidade, trazendo eventos extremos que afetam diversas regiões do planeta. O Rio Grande do Sul, no Brasil, é um exemplo de uma área frequentemente impactada por tais fenômenos. As chuvas intensas que estão caindo no decorrer desta semana, 22 até 29 de setembro de 2024,[1] atingindo o Rio Grande do Sul e sua Capital, Porto Alegre, vêm acompanhadas de fenômenos extremos, como granizo e ventos fortes, aumentando ainda mais os danos e os riscos às populações locais. Esse tipo de evento climático, que inclui grandes tempestades localizadas, ocorre de maneira cada vez mais frequente, trazendo sérias consequências para a infraestrutura, a agricultura e a segurança das comunidades.
No decorrer deste ano, o Estado vem enfrentando novamente tempestades severas, causando estragos tanto nas áreas urbanas quanto rurais.
O granizo, como está ocorrendo, muitas vezes com pedras de gelo de grandes dimensões, danifica telhados, automóveis, plantações e outras estruturas expostas fazendo com que as seguradoras sejam novamente acionadas por aqueles que contrataram alguma modalidade de seguro. É muito triste e profundamente lamentável!
Assim, estas chuvas quando combinada com fortes ventos trazem um efeito mais destrutivo, como árvores caídas, postes de energia derrubados e danos em redes de distribuição elétrica.
As cidades, especialmente em regiões mais atingidas como atualmente é o caso das cidades fronteiriças enfrentam enchentes rápidas e quedas de barreiras devido à força dos ventos e ao acúmulo de água. O granizo também tem efeitos devastadores na agricultura e também na pecuária. Estes núcleos urbanos e rurais desempenham um papel importante na economia e nas relações internacionais, especialmente com o Uruguai e a Argentina. Essas localidades têm uma dinâmica única, influenciada pelas trocas comerciais, culturais e pelas condições climáticas, como ocorre agora com as chuvas intensas nestas regiões.
Tais setores significativos para o homem do campo, e também uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do Sul, sofrem perdas massivas como o milho, a soja, o tabaco e as videiras.
O fenômeno El Niño, presente neste ano, está diretamente ligado à intensificação das chuvas e à formação de tempestades violentas. Esse fato oriundo da natureza gera uma alteração nos padrões climáticos, aumentando a instabilidade atmosférica no sul do Brasil. As tempestades que se formam nesse contexto tendem a ser mais intensas e perigosas, trazendo consigo granizo e ventos que podem ultrapassar 100Km/h.
O oposto do El Niño, La Niña ocorre quando há um resfriamento anormal das águas do Pacífico, resultando em padrões climáticos diferentes. No Brasil, la Niña costuma trazer seca para o sul e chuvas mais intensas no norte e nordeste.[2]
O Rio Grande do Sul tem uma longa história de convivência com fenômenos climáticos adversos, sendo particularmente vulnerável a episódios de seca e inundações. Em 2024, as chuvas mais intensas se concentraram em um período mais longo e intenso, criando situações de emergência em várias cidades. Também com essa situação caótica intensificada pelo aquecimento global, representa um risco crescente para populações vulneráveis.
O caso deste Estado da Federação é apenas um exemplo de um quadro global mais amplo. A intensificação de eventos climáticos extremos, como tempestades, ondas de calor e secas, está se tornando cada vez mais comum. Diversas partes do mundo, de regiões costeiras aos desertos, estão sofrendo com os efeitos dessas mudanças.
O aumento na intensidade e frequência de eventos climáticos extremos tem sido amplamente vinculado às mudanças climáticas globais, resultantes do aquecimento do planeta. As atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, estão contribuindo para o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, levando ao aumento das temperaturas globais e à alteração dos padrões climáticos.
Especialistas alertam que, sem uma ação imediata e coordenada, o mundo enfrentará eventos climáticos mais severos e frequentes. Os custos humanos, ambientais e econômicos serão incalculáveis, como países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, entre os mais atingidos devido à sua alta vulnerabilidade.
Os eventos climáticos extremos que o Rio Grande do Sul, e tantas outras regiões do mundo, enfrentam trazem à tona a urgência de medidas de adaptação e mitigação. No Brasil, as autoridades locais precisam investir em infraestrutura resiliente, como sistemas de alerta precoce e melhores práticas de manejo da água, para reduzir os impactos de enchentes e secas.
Em escala global, é crucial que países se comprometam com metas mais ambiciosas de redução de emissões de gases de efeito estufa e com a implementação de políticas de transição para uma economia verde. Somente com um esforço global coordenado será possível minimizar os efeitos catastróficos das mudanças climáticas e proteger comunidades vulneráveis ao redor do mundo.
As chuvas devastadoras no Rio Grande do Sul são um reflexo local de uma crise global. As mudanças climáticas estão transformando a maneira como o planeta se comporta, e os efeitos disso já são visíveis em todas as partes do mundo. Ações imediatas, tanto locais quanto globais, são essenciais para enfrentar os desafios presentes e proteger o futuro das próximas gerações.
Esses eventos reforçam a importância de uma ação climática coordenada, não só para mitigar os danos causados, mas também para preparar a sociedade para os desafios que ainda estão por vir.
É o que penso.
Porto Alegre, 25 de setembro de 2024.
Voltaire Marenzi - Advogado e Professor
Notas.
- Informação Clima Tempo. Google.
- Informação também colhida no Google.
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