Norma torna obrigatório mapeamento e gerenciamento dos riscos de saúde mental no ambiente de trabalho
Decisão foi tomada durante reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente, composta por integrantes do governo, sindicatos de trabalhadores e confederações de empregadores, que discute temas de segurança e saúde no trabalho
Cuidar da saúde mental e do bem-estar dos funcionários passa a ser obrigatório para as empresas. A Norma Regulamentadora N.º 1 (NR-1), que trata do gerenciamento de riscos das organizações, passou por uma importante revisão em 30 de julho, e incluiu a obrigatoriedade da identificação e gerenciamento dos riscos psicossociais dos trabalhadores no ambiente de trabalho. A decisão foi tomada durante reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente, composta por integrantes do governo, sindicatos de trabalhadores e confederações de empregadores, que discute temas de segurança e saúde no trabalho.
“Na prática, isso significa que as empresas serão obrigadas a identificar parâmetros psicossociais em seus relatórios de gerenciamento de riscos, que devem ser entregues periodicamente ao governo para o cumprimento das exigências de segurança do trabalho. Para isso, elas precisarão adotar medidas concretas para prevenir o adoecimento mental dos trabalhadores, gerenciar a sobrecarga de trabalho e criar ambientes de trabalho saudáveis, livres de qualquer forma de assédio”, explica Tatiana Pimenta, especialista no setor e CEO da Vittude, referência no desenvolvimento e gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas.
As novas diretrizes foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) no dia 28 de agosto de 2024 e entram em vigor no dia 26 de maio de 2025 (nove meses depois da publicação).
“Do lado das empresas, há ganhos substanciais em investir na saúde mental dos trabalhadores, para além da obrigação legal. A começar pelo impacto dos transtornos de saúde mental no aumento da sinistralidade do sistema de saúde suplementar, gerando custos elevados para as empresas que oferecem planos de saúde aos seus colaboradores”, enfatiza Tatiana.
A empreendedora lembra que, entre 2019 e 2023, o reajuste médio acumulado do plano de saúde nas empresas chegou a 68,72%, mais do que o dobro do IPCA no período. Atualmente, as empresas gastam, em média, 14% a 20% da folha de pagamento com plano de saúde para os funcionários, segundo estimativa da consultoria Deloitte.
“O Brasil é recordista em quadros de ansiedade, estresse e burnout. Temos observado uma escalada dos afastamentos por transtornos mentais junto ao INSS, que registrou em 2023 um crescimento assustador de 38%, em comparação com 2022, de brasileiros que foram afastados do trabalho por uma questão de saúde mental, além da sobrecarga dos sistemas público e suplementar de saúde, que chegou a ultrapassar 288 mil pessoas”, pontua.
Antes mesmo das mudanças na norma em questão, já estava em discussão por especialistas a Lei 14.831/24, de autoria das Deputadas Federais Jack Rocha (PT/ES) e Maria Arraes (Solidariedade/PE) e que instituiu o Certificado de Empresa Promotora de Saúde Mental, uma iniciativa que visa reconhecer e incentivar as empresas que implementam políticas e práticas eficazes de promoção da saúde mental no trabalho. Ela foi aprovada pelo Senado em 28 de fevereiro, e publicada no Diário Oficial da União (DOU), em 28 de março. As empresas que adotarem critérios de promoção da saúde mental e do bem-estar dos colaboradores passarão a receber o Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental, que terá validade de dois anos.
No próximo dia 27 de agosto, Tatiana participará de uma audiência pública para discutir a regulamentação desta lei, e também fará parte do comitê, podendo apresentar propostas de critérios para obtenção do certificado e analisar as práticas desenvolvidas pelas organizações.
"As corporações possuem um papel crucial no estabelecimento de programas estruturados e eficientes de cuidado com a saúde mental. Com o Certificado, haverá um incentivo adicional que também pode servir como vantagem competitiva. Mas com a atualização da NR-01, foi estabelecida uma obrigatoriedade para que todas as empresas adotem medidas concretas para prevenir o adoecimento mental dos colaboradores, gerenciar a sobrecarga de trabalho e criar ambientes de trabalho saudáveis, livres de qualquer forma de assédio", explica a CEO da Vittude. "Ao aderir a essas novas regulamentações, as organizações não apenas cumprem suas obrigações legais, mas também demonstram um compromisso genuíno com o bem-estar de seus funcionários".
Sobre a Vittude:
A Vittude é referência no desenvolvimento e gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas, sendo parceira dos maiores empregadores do Brasil. Com um ecossistema de soluções inteligentes em saúde mental, desenvolve projetos apoiados em 4 pilares: diagnóstico, educação, clínica e inteligência. Atende mais de 200 clientes, entre eles Grupo Boticário, Vivo, Ambev, Cocamar, Saint Gobain, Telhanorte Tumelero, L'Óreal, SAP e Thomson Reuters, possuindo mais de 3,5 milhões de pessoas beneficiadas por suas soluções. A empresa já recebeu mais de R$40 milhões em investimentos dos fundos Crescera Capital, Redpoint eVentures, Scale Up Ventures e Superjobs.vc. Acesse o site da Vittude e saiba mais.
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