Grupo HDI ingressa no seguro rural amparado pelo conhecimento e tecnologia da Proagro (Destaque)
Por Carol Rodrigues
Com peritos próprios e proximidade com o produtor desde o plantio até a colheita, HDI inicia projeto piloto em soja e milho em mesorregiões de quatro estados brasileiros em parceria com a mexicana Proagro.
O Grupo HDI, que até então oferecia a proteção para equipamentos em benfeitoria e penhor rural no Brasil, decidiu complementar a oferta de produtos com o seguro rural voltado para colheita. Para tanto, a companhia ingressa em parceria com a Proagro Seguros, companhia mexicana especializada em seguros agrícolas, que também opera em países como Equador, Peru, Argentina e Colômbia.
“O relacionamento entre HDI e Proagro é um casamento muito bom porque eles trazem todo o conhecimento e tecnologia. Nós trazemos a força de distribuição muito grande dos corretores. Essa parceria de longo prazo será de muito sucesso e vai preencher algumas lacunas no seguro agrícola no mercado brasileiro. Todo o conhecimento que eles aportam vai ser um diferencial que a HDI vai oferecer exclusivamente aqui no nosso mercado”, ressalta Igor Di Beo, VP de Demais Ramos do Grupo HDI.
“Operamos com um modelo diferente, pois temos tecnologias próprias, bases de dados com características espaciais e modelos de prognósticos de clima e de colheita muito avançados que nos permitem projetar o comportamento dos cultivos e das operações. Temos uma área muito poderosa de manejo de seguros paramétricos”, destaca Juan Carlos Cortéz Garcia, CEO Proagro.
Soja e milho
A companhia começou a rodar o projeto piloto com soja e milho verão em praticamente cem municípios de quatro regiões – Minas Gerais, Paraná, Goiás e São Paulo – com 11 corretores.
“É um produto que trabalha com produtividade do município, com níveis de cobertura de 65% a 70% para soja e milho”, comenta Pedro Loyola, CEO Proagro Brasil.
Um diferencial da operação da HDI com a Proagro são os técnicos e peritos próprios. “Eles são capacitados por nós, com uma metodologia própria de avaliação de perdas e fazemos a visita a 100% dos produtores. Fazemos o monitoramento desde o momento do plantio à colheita. O monitoramento presencial cria um relacionamento com o produtor e acaba se tornando uma consultoria”, acrescenta Loyola, sobre o que cita como principal benefício oferecido pelo seguro da HDI.
De acordo com ele, além da cobertura básica soja para multirrisco, para os principais problemas climáticos (chuva, seca, geada, ventos fortes, há também a cobertura adicional para replantio, limitada a 20% do limite máximo do valor da indenização. “Esse também é um dos nossos diferenciais”.
Rafael Mendes, gerente de Produto do Grupo HDI, também aponta como diferencial a possibilidade de trazer soluções para o mercado em diferentes ramos e atividades.
“Temos ouvido muito os corretores e feito um trabalho próximo sobre como funciona o produto, trazendo informações sobre como funciona o ramo o agronegócio, com toda a experiência e know-how da Proagro com relação a prognóstico climático, trazendo isso para os corretores também, fazendo com que eles façam parte desse negócios”, diz Mendes.
Loyola lembra que o segmento agro é carente de capacitação. “Muitas vezes o broker tem dentro de uma cooperativa atua lá dentro, mas tem várias pessoas que são consultoras e vendem o pacote tecnológico, a semente, os fertilizantes e nesse pacote também vai o seguro. A nossa proposta é fazer um plano de capacitação institucionalizado com a HDI para os corretores”.
Segundo Mendes, a médio prazo a HDI vai buscar soluções que sejam aderentes para as cooperativas, bancos e revendas de insumos, grandes produtores independentes, que muitas vezes são mais resilientes à seca, e são carentes de seguro. “Verificamos que hoje o mercado brasileiro não consegue atender esses produtores”, diz o gerente.
A comercialização das apólices no projeto piloto começou em agosto e segue até o final do ano.
Desafios do seguro agro
Segundo Di Beo, o tamanho e a importância do agronegócio na economia brasileira motivaram a companhia a investir no seguro agrícola. “Hoje, quase um terço do PIB brasileiro vem desse segmento e ficar fora não é uma opção”.
No Brasil, de acordo com Garcia, o maior desafio é disponibilizar produtos novos de seguros, mais especializados e indicados para a atividade agropecuária em regiões que hoje não são tão exploradas. “O seguro agro no Brasil está muito concentrado na região Sul. Há muitas oportunidades em diferentes áreas do País. E não somente na agricultura. Há cultivos como uva e banana”, diz o CEO da Proagro.
Ele exemplifica que no México a Proagro tem cerca de 217 mil esquemas de seguros. Isso porque a necessidade de seguros varia de acordo com a localização. “O Brasil é uma potência agro e um das poucas regiões que têm uma fronteira agrícola, sem competidores no mundo. A demanda de alimento está aumentando de maneira importante e o Brasil é um grande provedor de alimento a nível mundial. O seguro agro está se tornando o instrumento mais importante de política pública”, define Garcia.
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