Corretores de Seguros : Crescer em números de corretores para crescer em número de apólices
Armando Luís Francisco
Chegou o momento de questionarmos uma parte significativa do corporativismo identitário dentro da corretagem de seguros. Este aspecto não pode perdurar diante do avanço constante nas relações com os parceiros seguradores. No entanto, é crucial desenvolver relações mais amplas com diversos parceiros comerciais engajados numa abordagem mutualista. Infelizmente, espera-se que fusões e aquisições no setor de seguros limitem o acesso dos profissionais aos mercados abertos à participação da corretagem de seguros, reduzindo as oportunidades diversificadas que um maior número de parceiros traz para a visão cotidiana do corretor de seguros.
Desculpe a franqueza, possuir uma carteira de corretor não garante vendas de seguros. O isolamento crescente e de uma perspectiva não alinhada com a massificação do seguro, não pode ser considerado definitivo para o nosso futuro. Por isso, essa fórmula está errada e não tem se adequado ao crescimento do mercado de seguros, porque essa segurança não é compatível com um mercado genuinamente aberto, mas sim com o desenvolvimento pessoal que marca a diferença entre os profissionais.
Isso não significa que a profissão deve ser eliminada nas Leis e códigos, mas sim reavaliada para evitar sua extinção por competência própria. É evidente que o número de corretores mais velhos está em aumento, enquanto que o dos mais jovens está tão baixo que tenho medo de demonstrar aqui; porém muitos enfrentam desafios significativos e há pouca sucessão empresarial entre as famílias de corretores de seguros.
Esse fato, da eliminação por conta própria, é o que se presume nos mapas profissionais. Estatisticamente temos praticamente o mesmo índice de profissionais atuantes na indústria do seguro há décadas. Em comparação a isto, o poder da corretagem de seguros diminuiu drasticamente nos últimos anos, apesar dos números da indústria do seguro terem crescido. Afinal, este foi o nosso maior erro e trazer para os trilhos não é coisa que não corte a própria carne.
É óbvio que, para nossa profissão continuar existindo, precisamos adotar uma abordagem mais proativa em relação aos nossos sofismas, em reconhecer o nosso pequeno número de profissionais oficiais na corretagem. Este pensamento pode não ser popular para a maioria, mas é necessário aumentar o número de corretores oficiais em pelo menos três vezes o número atual.
E essa sobrevivência não é somente para os corretores de seguros de forma individualizada, mas para os próprios representantes da categoria. O Brasil mudou também para estes e o número de associados é muito pequeno, frente aos encargos e despesas que existem agora ou estão por vir.
Sabemos que haviam condições diferenciadas, com contribuição sindical obrigatória, recebimento de serviços do Dpvat, possibilidade de autorregulação - agora em modo espera etc. Restando a contribuição associativa e eventos, que na maioria das regiões são insuficientes, infelizmente!
Por fim, a ostentação social e o status exclusivo não são indicativos da virilidade e vitalidade de uma profissão. O medo da abertura é uma característica de quem deseja manter a atividade pequena, frágil e incapaz de se adaptar às demandas atuais dos diversos códigos e leis profissionais. E não se trata somente de um aprimoramento das regras gerais que tanto enrijecem a nossa atividade, mas de uma necessidade que combina a nossa existência.
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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