Força Associativa Nacional - Fan - Diálogos sobre a regulação podem afetar os corretores de seguros?
Armando L Francisco
Tenho acompanhado o desenvolvimento deste tema por muito tempo. Todos os que me leem sabem que a ideia do chamado da regulamentação dos "seguros" de Associações partiu de minhas ideias aqui no Segs. No entanto, gostaria de enfatizar que essas ideias são dadas justamente para se fazer a ação que propõe regulamentar esse conjunto empresarial que opera sem leis ou obrigações. Entre os vários artigos sobre o assunto, cito um de 2022, embora haja muitos outros: ABRA AQUI
Mas eu reconheço que há uma linha tênue (ou uma margem) a ser respeitada no encontro. De fato, alguns acreditam que o termo Força Associativa Nacional pode induzir ao pensamento de uma união conjunta de dirigentes com dirigentes do diálogo, o que poderia gerar uma crítica razoável. E quais seriam as preocupações que poderiam surgir nas diversas mentes? Penso em várias:
- O corretor de seguros pode temer que essa ação abra o "mercado" para uma entrada massiva de vendedores de proteção veicular, aumentando a competição contra eles, sem a devida consulta à categoria;
- O corretor de seguros pode recear que, diante de tantas aberturas, sinergias empresariais, orgânicas e políticas possam se desenvolver ações e pactos em detrimento do interesse da categoria;
- O corretor de seguros pode acreditar que algumas instituições não estão alinhadas com seus interesses e promover debates acalorados contra elas;
- O corretor de seguros pode suspeitar que a ideia da Força Associativa partiu especialmente do núcleo de nossa classe, em primeiro momento;
- E assim por diante.
Ademais, quero entender que a discussão tem como premissa a entrada equilibrada das "seguradoras associativas" na legislação, como se o nome do evento entre as partes soasse mais como a "Força de Diálogo Nacional do Mercado de Seguros", que visa estabelecer os Direitos e Deveres do Associativismo no seguro. Circunstancialmente, vejo esse encontro com um grande entusiasmo e registro a formalidade como ínterim de sucesso. Neste ponto, defendo os responsáveis pela referida agenda do encontro e estabeleço nota alta pela desenvoltura dessa aptidão.
Entretanto, para que se entenda que o meu texto nada diz sobre ser simpático ou não a quaisquer que sejam as partes que estarão dialogando por nós, mas por entender a justiça que deve ser feita pela honra de tais ações, o termo Força Associativa Nacional NÃO é uma ideia nossa! E quem pensa isso está errado! E tenho certeza que este insight poderá significar avanços em nossos pleitos. Sim, quero provar aqui que a Força Associativa Nacional nasceu há quase 10 anos, quando ainda não compreendíamos a força por trás do assunto da FAN, que traz desvantagens para o mercado de seguros: "A Força Associativa Nacional foi criada há quase 10 anos: "É uma entidade, criada em 2014, cujo objetivo é congregar associações que tenham como propósito o socorro mútuo e obtenção de benefícios de forma coletiva aos seus associados". Fonte: Fan
Por isso, o meu objetivo aqui não é ser simpático a ninguém, mas esclarecer que essa conversa demorou décadas para acontecer e representa uma verdadeira oportunidade de abordar a situação legal das Associações, que já têm presença marcante e de grande volume financeiro em nossas praças. E desta forma a minha opinião sempre demonstrava insatisfação por isso não acontecer. Ou será que você também já não perdeu seguros para eles? Portanto, apoio o encontro em prol dos Direitos e Obrigações, que estabelecem diretrizes ao tema que tem mais de 50 anos em pauta e que devem equilibrar as relações e a dinâmica na política que envolve nosso mercado.
E por entender que a população brasileira já vê a Proteção Veicular com romantismo, que nada tem a ver com a "Síndrome de Robin Hood", recomendo ao leitor a leitura de um TCC, que prefigura essa visão popular até em meio acadêmico, cujo link deixo aqui abaixo, com uma citação que destaco: "O mercado deve ser dinâmico e democrático. Deve haver sim uma forma de regulamentar as associações. As seguradoras não devem exercer 'monopólios', a menos que o seguro se torne mais popular, tornando-o mais acessível e dando acesso àqueles que hoje estão desassistidos. Contudo, não é justo que enfrentem a concorrência desleal das associações, pois as companhias seguradoras têm um papel importante na economia nacional". (grifei) Fonte: TCC
Contrariamente ao que muitos estão pensando hoje e usando do mais puro raciocínio e nada emocional, sinceramente, vejo que a marcação desse encontro precisou de muita habilidade. Explico: quem me lê sabe - repetindo insistentemente - que durante anos cobrei justamente essa posição de quem eu precisaria cobrar, que é justamente participar oficialmente de um diálogo. Nós, os corretores e os seguradores, enfraquecidos e com o chapéu nas mãos, com derrota sobre derrota na prateleira, depois de muito combate de nossa parte para com as próprias Associações, crendo que não restaria qualquer diálogo a ser realizado no futuro. Obviamente, as Proteções investem em lobby, pois têm uma parte do legislativo em seu favor e sabem de sua marcante presença nacional. Por isso, interferir e participar do diálogo foi muito relevante. Ou você realmente acredita que não irão avançar sozinhos? Ou você acha que está mais difícil para elas conseguirem o que querem no presente? Ou você não entendeu que muitas forças agem contra nós?
Por fim, também devemos estar acompanhando o andar deste tema. E respondendo a questão provocada pela indagação do título: Não, caros colegas, a nossa profissão não estará mais ameaçada por participar do diálogo com a Força Associativa Nacional, sobre regulamentação das mesmas, do que com a simples visão de não participar! Por que eu sempre entendo que a sobrevivência orgânica depende de diálogo político e empresarial. Por esse encontro, finalmente, meu parabéns e termino com o célebre e conhecido raciocínio de Voltaire Marensi: "É o que penso, s. m. j.".
Armando L Francisco
Jornalista
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