Tecnologia e desafios emergentes: o setor de seguros diante dos riscos globais
O Relatório de Riscos Globais de 2024, apresentado pelo Fórum Econômico Mundial (GRR24), destaca uma mudança significativa nas preocupações globais, especialmente no que diz respeito ao setor de seguros. Com base nas informações de uma matéria veiculada pelo Portal Valor Econômico, foi levantado respostas de 11 mil líderes empresariais em 113 países, o documento, realizado em parceria entre a seguradora Zurich e a consultoria de riscos Marsh McLennan, revela que a ascensão de novas ferramentas de inteligência artificial generativa está amplificando o risco de “informações falsas e desinformação”. Esta é a primeira vez que essa preocupação figura entre os top 10 riscos globais em um horizonte de até dois anos.
Em entrevista ao portal, a CEO da Marsh McLennan Europa, Carolina Klint, alerta que os avanços da inteligência artificial estão transformando radicalmente o panorama de riscos para as organizações. O surgimento de tecnologias que possibilitam a criação de “deepfakes”, como vídeos, imagens e áudios falsos com alto grau de realismo, coloca as empresas em posição de reagir às ameaças provenientes de informações manipuladas.
A questão da “informação falsa e desinformação” é seguida de perto por “eventos climáticos extremos” na lista dos dez maiores riscos globais em até dois anos, destacando a vulnerabilidade do setor de seguros a catástrofes naturais. A polarização social e a cibersegurança também ocupam posições de destaque nesse cenário de incertezas.
Ao olhar para um horizonte de 10 anos, o Relatório de Riscos Globais enfatiza que os “eventos climáticos extremos” continuam no topo das preocupações, seguidos por “alterações críticas nos sistemas da Terra” e “perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas”. A presença da temática “informações falsas e desinformação” no longo prazo ressalta a percepção de que a manipulação de informações impulsionada pela inteligência artificial pode ter efeitos duradouros.
E pela primeira vez em quase duas décadas, o relatório inclui o tema “resultados adversos das tecnologias de inteligência artificial” entre os riscos de longo prazo. Os especialistas consultados apontam que a relação entre informações falsas e agitação social terá um papel central em eleições importantes nos próximos dois anos.
Eugênio Paschoal, CEO da Marsh McLennan no Brasil, destaca ao Valor a sensação de que o mundo está em um ponto de inflexão, à beira de uma mudança que define uma era. Ele ressalta que, diante de riscos cada vez mais entrelaçados, as discussões sobre como gerenciar os principais riscos podem se beneficiar de abordagens colaborativas, especialmente em setores como o de seguros.
Edson Franco, CEO da Zurich no Brasil, expôs na matéria a persistência da questão ambiental como o principal desafio para o mundo nos próximos anos. Destacando o papel crucial do mercado segurador na mitigação de riscos climáticos, influenciando ações de governos, empresas e sociedade civil em relação à transição climática.
Ambos os executivos concordaram que, em um mundo multipolarizado, o setor de seguros desempenha um papel fundamental não apenas na avaliação de riscos, mas também na proposição de ações de mitigação e no apoio às estratégias internas de transição climática das empresas. Enquanto os desafios emergem em diversas frentes, a colaboração global e a busca por soluções sustentáveis no setor segurador podem ser elementos cruciais para enfrentar as incertezas que se apresentam
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