"O Pará vai além da Bioeconomia", afirma especialista em inovação

Como líder de comunidade, sua missão é engajar comunidades de empreendedores, investidores, grandes empresários e outros agentes de inovação para iniciar conversas e proporcionar novos negócios. O profissional discorre sobre a existência de ecossistemas de inovação além da capital Belém, que abriga a conhecida Açaí Valley. "O Pará é um grande estado, então temos movimentos importantes fora da capital. É o caso da Tapajós Valley em Santarém e, mais para o sudeste, Marabá e outras cidades concentram ecossistemas de inovação", explica.

Como agente de fomento ao empreendedorismo inovador do Pará, Daniel é responsável por identificar oportunidades para as startups locais e trazer investimento de outros polos do país para aquecer seu ecossistema. Ele afirma que, por mais que a região seja mais popularmente conhecida por inovação no setor da Bioeconomia, outros segmentos também têm relevância: saúde, construção civil, e-commerce e financeiro.

Segundo o profissional, que trabalha com o tema desde a graduação, o networking é uma das ações fundamentais para empreendedores da região. "Nosso ecossistema de inovação existe, mas ele ainda precisa de bastante articulação. É só a partir do networking que é possível alcançar diferentes comunidades e agentes de inovação. Se sua ideia já está validada, não deixe de comparecer a eventos, porque é nesses momentos que vai conseguir identificar oportunidades de novos negócios", explica.

"Esses encontros têm como objetivo falar sobre inovação aberta – prática de construção de novos produtos e serviços envolvendo parceria entre instituições, empresas, poder público e sociedade civil – e trazer também pautas de impacto socioambiental para grandes empresas, startups, e demais interessados, abordando assuntos como carbono neutro e ESG", afirma Amanda Cavali, gestora de eventos do hub.

"Encontrar formas de atuar com empresas já estabelecidas no mercado é um caminho interessante para startups crescerem no nosso ecossistema. Tanto trabalhando para resolver problemas dentro de grandes corporações quanto combinando forças para atender seus clientes com mais transparência e eficiência", explica Daniel. Além disso, afirma que os agentes do ecossistema estão comprometidos a participar ativamente da COP30, Conferência do Clima das Nações Unidas que será sediada pelo Pará, para articular e promover oportunidades, desde investimentos até iniciativas para a transição econômica.

O profissional também destaca a importância das universidades para o fomento de ecossistemas de inovação. "A Universidade Federal do Pará (UFPA) é uma das maiores universidades do Brasil em termos numéricos. Em 2022, ela tinha mais de 50 mil alunos ativos. Toda essa energia jovem traz um potencial muito grande para o nascimento de novas ideias e também a profissionalização de pessoas para compor times das startups que já existem por aqui, como programadores. Um dos principais pontos de sensibilização de novos empreendedores é justamente a universidade", conclui Daniel.