Em momentos de crise, a verdadeira natureza de uma empresa é posta à prova. A verdade é que a adversidade é uma parte inevitável da jornada humana. No entanto, como escolhemos responder a essas dificuldades é que define não apenas a trajetória, mas também nosso posicionamento. Enquanto alguns optam por lamentar, outros decidem agir, pois mesmo nas situações mais difíceis, há oportunidades para serem descobertas.

Na crise, algumas pessoas se encontram paralisadas pelo medo e incerteza. Outras, no entanto, veem a adversidade como um terreno fértil para o crescimento pessoal e profissional. A metáfora "na crise você pode chorar ou vender lenços" nunca foi tão relevante. É fácil se perder no desespero, mas é nos momentos mais desafiadores que temos a chance de nos reinventar, de encontrar soluções inovadoras e, acima de tudo, de crescer.

Olhar para frente, mesmo quando tudo ao redor parece estar desmoronando, é essencial. É fácil ficar preso ao ciclo de negatividade quando enfrentamos dificuldades, mas é crucial lembrar que a adversidade é apenas uma parte temporária da jornada. Manter a visão no horizonte, mesmo quando a incerteza obscurece o caminho, nos permite ver além do imediatismo.

Aqueles que se destacam em tempos difíceis são os que têm a capacidade de crescer com a pressão. Em vez de serem esmagados pelas circunstâncias, se adaptam, aprendem com os desafios e emergem mais fortes do outro lado. A resiliência não é apenas sobre suportar a tempestade; é sobre encontrar uma oportunidade mesmo nas piores situações.

Uma crise pode ser a chance de aprender novas habilidades, fortalecer relacionamentos, ou encontrar soluções inovadoras para problemas persistentes. Aqueles que conseguem enxergar além da superfície e descobrir essas oportunidades muitas vezes emergem como líderes e visionários.

Manaus, por exemplo, enfrenta a maior crise hidroviária dos últimos 120 anos. A Packseven é uma das diversas empresas que atuam na região. A intensa seca, muito acima do esperado, complica e encarece o suprimento de matérias-primas, os custos de logística e as entregas de produtos para o restante do Brasil. O que fazer então? Deixar de produzir na região? Transferir a produção?

Pelo contrário! É preciso planejamento e organização para continuar a produzir na zona franca, a melhor opção para os produtos commodities. No nosso caso, em função da sazonalidade, nos preparamos com estratégias de contingência e seguimos relativamente tranquilos para enfrentar o período.

Infelizmente, todos os anos nos preparamos para o período de seca na região Norte. O que fizemos com mais intensidade foi o nivelamento ainda mais alto dos estoques de resinas. Estamos estabelecidos em Manaus e convivemos com esses problemas desde sempre, por isso também temos estratégias pré-estabelecidas em manutenções dos estoques.

Em momentos como este, a fidelização do cliente é mais valiosa do que nunca. O lucro agora não é algo que está em pauta, o que queremos é honrar com os contratos de entrega, sempre com o objetivo de cuidar da nossa parceria. Mantivemos os estoques elevados para atender às demandas, mesmo que isso signifique sacrificar parte de nossas margens de lucro temporariamente. Para nós, a confiança do cliente é uma prioridade absoluta.

O aumento da intensidade das secas é uma preocupação real para nós e para todo o país. Por isso, é preciso se preparar desde já para os futuros desafios, com planejamento e a implementação de estratégias preventivas rigorosas. É preciso aprender com a experiência atual e com determinação, inovação e uma firme crença em nossa capacidade de superação, construir um futuro mais forte e resiliente para a Packseven e para todos os stakeholders.

Na vida, as adversidades são inevitáveis, mas a nossa resposta a elas é que fará a diferença. Podemos optar por nos deixar levar pelo desespero ou escolher enfrentar os desafios com coragem e determinação. Aqueles que escolhem a segunda opção não apenas sobrevivem às tempestades da vida, mas também florescem nelas. Então, da próxima vez que estiver diante de uma crise, lembre-se de que, assim como na metáfora dos lenços, é possível escolher a resiliência e o crescimento. Ao final, é nossa capacidade de encontrar oportunidades em meio às adversidades que nos define e permite não apenas sobreviver, mas prosperar, não importa quão difícil seja o cenário.

*Kléber Ávila é CEO da Packseven e possui ampla experiência na indústria. Sua formação contempla Administração com ênfase em Comércio Exterior na FMPFM (Faculdade Municipal Professor Francisco Motoro), especializações na Fundação Dom Cabral e na FGV (Fundação Getúlio Vargas). À frente da Packseven, o executivo se destaca por sua grande capacidade de gestão e melhora considerável do desempenho da empresa.