O valor de um seguro automotivo é uma das barreiras à ampliação da modalidade no país. Atualmente, somente cerca de 25% da frota nacional roda protegida, sendo que a maior parte dela já é segurada por uma apólice com franquia reduzida, criada para ampliar o leque de opções de seguros. Nos contratos, o cliente paga uma taxa menor que a tradicional para acionar seu seguro em caso de acidente.

O desconto na franquia é oferecido, geralmente, como contrapartida de uma prestação mensal mais elevada. A redução da parcela é decisiva para as seguradoras conseguirem conquistar clientes. Neste cenário, novos produtos, com contratos diferenciados e monitoramento, têm ganhado espaço.

Boris Ber, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP) comentou que, atualmente, já existem seguros mais baratos, que não cobrem consertos em oficinas de concessionárias, mas, sim, em outras sem relação direta com as montadoras. Além disso, hoje em dia, há seguros que cobrem uma certa quilometragem do uso do automóvel: quanto menos ele roda, menor a chance de acidente e quebra. Assim, menor o risco e pagamento exigido pela seguradora.

O presidente do Sincor-SP também comentou que existem empresas que vendem uma espécie de seguro mensal. O preço é definido com base nos hábitos do motorista mês a mês. Para monitorar o valor, fica acordado que o cliente precisa instalar um aplicativo no celular ou em um aparelho de rastreamento para que seja verificável os locais por onde trafega, a velocidade que ele dirige e a frequência de uso do carro.

Com o uso de rastreador, algumas seguradoras, que vendem apólices mais baratas, cobrem apenas ocorrências de furto e roubos. Uma caminhonete Hilux é um carro visado por ladrões. Ao tentar segurá-lo, as empresas vão oferecer a opção de contrato com o rastreador. Um seguro que inclui rastreadores sai cerca de 30% mais barato que o normal.”, disse ele.

Neste panorama, a Ituran se destaca na recuperação veicular no país por meio do uso de rastreadores. “Há tempos, vivemos um cenário em que os consumidores seguem cautelosos com seus investimentos, dados os desafios econômicos do país.”, afirmou Mario Cavalcante, diretor de produtos auto da Liberty Seguros, para o Valor Econômico, acerca da necessidade das empresas de ofertar seguros mais econômicos. Em relação a isso, a Liberty criou uma marca para seguros mais enxutos, a Aliro, em 2017. A apólice mais barata só cobre perda total.

Na Allianz Seguros, as ofertas mais enxutas representam 35% das apólices.Na Bradesco Seguros, a apólice da linha Auto Light, mais barata, teve 820% mais contratações, em 2022 do que em 2021, após a ampliação de prazos de pagamento e tipo de bens segurados.

A Porto Seguro e a MAPFRE têm apostado em apólices que aliam seguro automotivo e seguro residencial.