Normalmente, o transporte Break Bulk é realizado em navios especializados, conhecidos como navios de carga geral, que possuem equipamentos como guindastes e gruas, a fim de facilitar a movimentação das mercadorias. Este tipo de transporte exige um planejamento e manuseio especial, sendo ideal para carga solta, como celulose, aço, carvão, fertilizantes e minério de ferro, e também para carga projeto, como carga de grande porte, pesada, volumosa e de grandes dimensões, máquinas e equipamentos industriais.

Diferente do transporte de contêineres, onde as mercadorias são embaladas e acomodadas em unidades padronizadas, no Break Bulk as cargas são transportadas individualmente ou agrupadas em pallets, caixas ou demais embalagens. Requer estudos específicos da logística aplicada em todas as etapas da viagem, começando no local de saída do fornecedor, passando pela viagem internacional, armazenagem, até a entrega no local indicado pelo comprador.

No entanto, o transporte Break Bulk também possui algumas desvantagens. O principal inconveniente é a maior complexidade no manuseio e na logística, uma vez que algumas mercadorias precisam ser carregadas e descarregadas individualmente. No caso das cargas projeto, para o transporte terrestre no percurso inicial ou complementar à viagem internacional, em alguns casos é preciso a utilização de veículos especiais, como carretas rebaixadas, de container Flat Rack, guindastes, planejamento prevendo a necessidade de escolta, fechamento ou liberação de ruas e rodovias para o trânsito do veículo de carga. Com isso, a operação se torna mais cara que um transporte convencional, pois necessita de estudos de viabilidade desenvolvidos por equipes profissionais capacitadas em atuar com cargas especiais e diferenciadas. Além disso, exige mais tempo e mão de obra em comparação ao transporte convencional.

O transporte Break Bulk envolve números vultosos e a carga fica mais suscetível a danos ou perdas, e qualquer incidente pode comprometer todo o projeto. Nesse sentido, a proteção securitária é fundamental. Devido à complexidade do transporte de carga com riscos potencialmente agravados, as seguradoras precisam conhecer detalhadamente a operação, tipo de carga, meio de transporte, classificação de navios, aeronaves, características de veículos transportadores, plano de gerenciamento de riscos, armazenagem, operações de carga e descarga e trajeto rodoviário até o local de entrega, caso haja cobertura para esse percurso. O seguro deve ser específico para cada operação, com a inclusão de coberturas adicionais adequadas a cada situação.

Com o crescimento do comércio internacional, espera-se que o uso do Break Bulk continue a se expandir,  em consonância com a demanda cada vez maior por importações e exportações.

Aparecido Rocha – insurance reviewer