Prevenção de perdas deve fazer parte do planejamento estratégico do varejista
Por Carlos Eduardo Santos*
Este não é um tema novo, mas recorrentemente precisamos voltar a ele. Muitos varejistas insistem em reduzir o problema das perdas a furtos e fraudes, porém essa é uma visão bastante limitada do assunto, o que dificulta um diagnóstico preciso e acarreta ainda mais prejuízos.
Se analisarmos o varejo alimentar, por exemplo, veremos que o furto representa algo em torno de 30% das perdas; processos ineficientes respondem por 50%; e outras causas somam 20% do total. Obviamente, há muitas perdas por danos de embalagem, por expiração da validade de um produto ou por erro de inventário.
O que devemos saber aqui é que não existe apenas perda de estoque. Logo, é preciso pensar menos na questão operacional e ampliar o foco sobre a parte estratégica, e isso vale para todos os segmentos do setor. É o que chamamos de perdas ampliadas.
Temos as perdas por não venda, devido à indisponibilidade do produto na gôndola ou no balcão da loja, ou ainda por mal atendimento ao cliente; problemas de acurácia que interferem na operação omnichannel da empresa; e as administrativas, como baixa produtividade e inconsistências financeiras.
Avaliar as perdas de maneira estratégica significa levar o tema aos profissionais da alta gestão, para que possam envolver todos os setores e colaboradores, principalmente dos varejistas em que a incidência de perdas de estoque é menor. Essa mudança de mentalidade passa por uma visão clara de papéis e responsabilidades, pela disseminação da cultura de prevenção e engajamento de todas as partes envolvidas. O investimento em tecnologia também é um componente importante, tanto na parte de inteligência quanto na de proteção de ativos.
Há, por exemplo, um crescente interesse por soluções de video analytics para transformar o grande volume de dados gerado pelos clientes em informação estratégica. Seja para contagem de fluxo – mapear os dias e horários de pico e pontos de maior concentração de clientes, auxiliando tanto no reforço à proteção contra furtos quanto em ações promocionais; seja para monitoramento de movimentações de risco, como operações de caixa ou de self checkout.
Aliada a essa combinação de tecnologias, que envolve Big Data, Business Intelligence e IoT, a área de prevenção de perdas deve ser protagonista no planejamento estratégico do varejista, atuando de forma transversal e com foco não apenas no chão de loja, orientada a proteger todos os setores e aumentar a lucratividade da empresa, sempre alerta a eventuais ameaças que coloquem em risco esse ecossistema.
* Carlos Eduardo Santos é diretor de Novos Negócios da Sensormatic Solutions.
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