Metaverso começa a movimentar o mercado imobiliário real
Um novo mercado muito diferente do habitual vem surgindo para profissionais do mercado imobiliário: os negócios com imóveis no metaverso. Além de vender imóveis virtuais, os corretores têm a oportunidade de negociar empreendimentos reais, uma vez que o metaverso possibilita a exposição de apartamentos, casas, salas e lojas, entre outros, de uma forma extremamente realista, o que facilita sobremaneira a venda. Construtoras estão lançando imóveis usando a realidade virtual e aumentada, permitindo ao cliente uma experiência sensorial com o produto que ainda será construído. Existem imobiliárias que atuam exclusivamente no metaverso, operando somente esses ativos.
De acordo com o presidente da Netimóveis Brasil, Ariano Cavalcanti de Paula, esse mundo virtual ainda é um mercado incipiente globalmente, mas clientes começam a procurar as imobiliárias, buscando orientação e direcionamento para os negócios com imóveis no metaverso. “É um negócio de risco e altamente desregulamentado, apesar dos ganhos já registrados por alguns investidores. Porém, existem indicadores e tendências positivas, como ocorreu no início das criptomoedas. Para aquele investidor com apetite para risco, pode ser uma alternativa de sair na frente e conquistar seu espaço nesse mundo virtual”, analisa Cavalcanti de Paula, que também é fundador do Secovi/MG, presidente do Sicoob Imob.vc e diretor executivo da GPO Empreendimentos Imobiliários.
Ele explica que, no metaverso, há disponíveis para venda terrenos virtuais, nos quais o comprador pode montar sua loja, empresa e até mesmo alugar ou investir para vender no futuro. A comercialização de imóveis nas quatro principais plataformas do metaverso alcançou US$ 501 milhões em 2021, de acordo com a MetaMetric Solutions. A empresa projeta que esse montante pode chegar a quase US$ 1 bilhão em 2022.
O metaverso possibilita um mundo virtual 3D em que é possível realizar atividades de maneira cada vez mais realista, como fazer compras, assistir a shows, visitar um imóvel, um parque ou um museu, entre várias outras alternativas. “As possibilidades de lucrar com um terreno virtual são muitas: é possível alugá-lo para a instalação de anúncios publicitários, construir uma casa e negociar seu uso para eventos virtuais, como shows e festas, construir uma loja e alugar para uma empresa. Quanto mais bem localizado, mais valor ele tem no mundo virtual. Os terrenos mais disputados ficam nos locais onde os frequentadores do metaverso se reúnem.”
Um relatório da BrandEssence Market Research indica que o mercado imobiliário no metaverso deve crescer, a uma taxa anual de 31%, de 2022 a 2028. Aqueles que chegaram cedo já tiveram grandes retornos: há menos de um ano, o preço médio do menor terreno disponível para compra no Decentraland ou no Sandbox –duas das maiores plataformas do metaverso– estava abaixo de US$ 1.000. Hoje está em torno de US$ 13.000. “O terreno no metaverso é uma mercadoria limitada e, por isso, os investidores estão interessados em marcar terreno antes que os melhores lugares sejam conquistados”, ressalta o presidente da Netimóveis Brasil.
Os imóveis virtuais nessas plataformas são garantidos por meio de registros na forma de tokens não fungíveis (NFTs). A compra é registrada na blockchain e o NFT pode ser transferido para a carteira digital, o mesmo local onde são armazenadas as criptomoedas. “O processo é semelhante à compra de um imóvel físico, já que a propriedade tem registro comprovado na blockchain da plataforma”, esclarece.
Cavalcanti de Paula acrescenta que muitas empresas estão garantindo espaço no metaverso, montando lojas e escritórios e usando a tecnologia para gerar negócios e possibilitar experiências sensoriais. Companhias como Renner, Nike e PwC já estão no metaverso e uma construtora de São Paulo montou um apartamento modelo para o lançamento de um prédio residencial. “São indicadores de que esse mundo virtual está se tornando cada vez mais próximo do real”, comenta.
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