Alta demanda no setor de tecnologia exige maior qualificação
Em 2021, empregos na área de tecnologia foram os mais oferecidos no LinkedIn, tendência que deve continuar em 2022. No setor, Brasil ocupa a posição de 10º maior mercado do mundo e a demanda por profissionais qualificados deve aumentar, segundo estudos
Ter um segundo idioma é um diferencial para entrar na área de tecnologia
As vagas na área de tecnologia cresceram em 2021 e devem continuar em ascensão neste ano. De acordo com a lista Empregos em alta em 2022 do Linkedin, rede social de networking e empregos, 25 cargos estão com demanda elevada no Brasil nos últimos cinco anos, se estabelecendo como as tendências que definem o futuro do universo do trabalho. Para formar essa lista, foram usados dados da própria rede social para estimar os cargos que tiveram demanda mais alta de janeiro de 2017 a julho de 2021, sendo consideradas as funções com crescimento consistente na base de usuários, além de um aumento significativo em 2021. Desses cargos, pelo menos 15 estão na área de tecnologia, indicando que o mercado está promissor para os profissionais no setor de tecnologia. As funções de recrutador especializado em tecnologia, engenheiro de confiabilidade de sites, engenheiro de dados e especialista em cibersegurança aparecem nos quatro primeiros lugares.
Atualmente, o Brasil ocupa a posição de 10º maior mercado do mundo no setor. Na América Latina, é o líder e responde por 40% do total, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). A associação defende que, diante dessa colocação, o Brasil precisa de mão de obra qualificada para não perder a posição. Para se destacar nesse meio, a diretora de transição de carreira e cofundadora da Success People, Neiva Gonçalves, salienta que é importante ter os dados curriculares atualizados e visíveis nas plataformas sociais, em especial no LinkedIn. Além disso, enfatiza que nem sempre é necessário ter uma graduação específica na área. Pelo contrário, uma formação diversificada pode ser um diferencial. “Desperta uma curiosidade e é algo que encanta o headhunter”, explica o fundador da WeRecruiter, empresa de recrutamento especializada na área de tecnologia, Rodrigo Piassi.
O especialista esclarece que, em uma seleção, ao se deparar com candidatos com formações distintas, ele chama para conversar a fim de entender o motivo que desencadeou a vontade de mudar de carreira, algo que o currículo não vai dizer, mas que pode ficar claro em um diálogo. “Se fosse apenas uma análise curricular, essa pessoa poderia ser eliminada, mas com o diálogo, o headhunter apresenta outra visão sobre o candidato, que pode vir a ser uma alternativa viável”, enfatiza.
Um estudo conduzido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) analisou como a escolaridade impacta no mercado de trabalho desde a década de 1990. A pesquisa mostra que o trabalhador escolarizado pode aumentar as chances de ter um emprego formal por ser considerado mais produtivo. Neiva corrobora que ter um diploma de ensino superior proporciona conhecimento e experiência, mas reforça que, na área de TI, falar outro idioma, em especial, o inglês, é um diferencial. “Ter um segundo idioma é um diferencial para entrar na área de tecnologia”, salienta, elucidando que falar outra língua pode ser mais importante, em alguns casos, do que investir em pós-graduação.
Segundo levantamento da revista Computerworld, há falta de mão de obra qualificada na área de TI no Brasil - e um dos motivos indiretos é a falta de proficiência em inglês. Isso porque nessa área o inglês sempre foi o idioma-padrão, sendo inclusive a base das próprias linguagens de programação. Neiva considera que esse idioma é um diferencial para a área de TI e também para outras áreas.
Conforme os dados da Softex, uma organização social voltada ao fomento da área de Tecnologia da Informação, no Brasil, a carência por profissionais da área deve ultrapassar o número de 400 mil postos de trabalho até o fim de 2022. A organização analisa que a escassez de profissionais qualificados já acumula perdas financeiras para o país, que já alcançam os R$ 167 bilhões entre 2010 e 2020.
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