Relações bilaterais entre Alemanha e China beneficiam ambos os países
Por Vinícius Lisboa
Estabelecer relações comerciais estratégicas entre países é fundamental para o fortalecimento das transações internacionais. Um exemplo de parceria bem sucedida é a da República Federal da Alemanha e a República Popular da China que, entre bons e maus momentos, têm parceria estabelecida desde 1972. Desde então, as relações germano-chinesas tornaram-se multifacetadas, desenvolvendo considerável intensidade diplomática e maior substância política. A China tornou-se o parceiro comercial mais importante da Alemanha em 2020, com um volume de comércio de mais de 212 bilhões de euros.
Crises internacionais e desafios globais crescentes (incluindo COVID-19 e mudanças climáticas) valorizam essa cooperação e coordenação germano-chinesa. A China vê a Alemanha, tanto econômica quanto politicamente, como um parceiro-chave na Europa. A coordenação regular de políticas de alto nível conduzida por meio de um grande número de mecanismos de diálogo, bem como relações comerciais dinâmicas, investimentos, cooperação ambiental, nos setores culturais e científicos, são elementos-chave nessa relação. Além disso, a Alemanha defende uma aproximação substantiva e recíproca entre a União Europeia e a China, bem como uma maior unidade da Europa em relação ao país asiático.
Ao visitar as fábricas chinesas nos últimos 15 anos, foi possível perceber grande presença de maquinário alemão nas fábricas, como CNC’s e a robotização de linhas. A forte presença de marcas alemãs, no seguimento automotivo de veículos e peças também foi notada (atualmente 20% dos automóveis produzidos na China ostentam a logo de uma marca alemã). Grandes grupos como Bosch, Siemens, SAP, entre outras, estão firmadas lá, assim como empresas de moda e vestuário como a Adidas e Puma. Essa troca de tecnologia é fundamental para o atual sucesso econômico chinês, pois existe uma troca tecnológica mais fluída se comparada com o Japão e Estados Unidos, por exemplo. Grupos alemães têm usado manufaturas por meio de joint-ventures com grandes grupos chineses e os utilizado como HUBs de produção mundial de suas marcas. Já os chineses adquirem e investem em empresas alemãs, como por exemplo, o Putzmeister, comprado pela Chinese Sany Group. A Alemanha mantém parceria também no setor de energias renováveis, como eólica e solar, além de defender interesses chineses no bloco europeu. Assim, esses pontos demonstram as relações importantes e bens sucedidas entre ambos os países.
As empresas chinesas na Alemanha contribuíram significativamente para a economia local. A cooperação proporciona benefícios mútuos, sendo o povo o principal beneficiário pelo surgimento, inclusive, de oportunidades de emprego, tanto na China quanto na Alemanha. A parceria estratégica entre alemães e chineses possibilitará origem a novos destaques de cooperação nos campos de tecnologia digital, comunicações, comércio de serviços, ciência e tecnologia agrícola, bem como desenvolvimento verde. Recentemente, o vice-presidente chinês Wang Qishan enfatizou que acolherá empresas alemãs que expandirem seus investimentos no país asiático.
Por Vinicius Lisboa – Consultor em negócios internacionais e CEO na Victoria Advisory, empresa que faz parte do quadro associativo da AHK Paraná.
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