Transformação digital e gestão de dados: caminho sem volta para sobrevivência empresarial
André França Cardoso*
O cenário atípico provocado pela pandemia da Covid-19 trouxe grandes desafios para as empresas em todo mundo e a transformação digital foi a principal. A adoção de tecnologias em todas as fases da cadeia de valor de negócios é a alternativa de sobrevivência para organizações de todos os portes e segmentos. E evolução da tecnologia no mundo corporativo é responsável pelo suporte de todo o planejamento e estratégia, que sustenta a eficiência, influencia positivamente na redução de custos, na efetividade de processos e na logística, além do aumento na performance e nos resultados. A necessidade do isolamento social refletiu na aceleração das mudanças e fez com que as empresas adotem novas medidas de migração e aperfeiçoamento de suas operações, como gestão, vendas, logística, atendimento e assistência técnica, para o mundo virtual.
E a evolução digital e do negócio passa, atualmente, pela aplicação correta da gestão de dados. A organização de dados tem sido fundamental para a estratégia e sobrevivência de muitas empresas. A partir de uma boa gestão dessas informações é que se consegue gerar insights para criar novas oportunidades de negócio e superar as dificuldades causadas pela pandemia.
Entretanto, muitas empresas ainda não fazem uma boa gestão dos dados de que dispõem, deixando de dar a devida atenção à sua qualidade e ao seu uso efetivo. É importante trata-los de forma adequada, com soluções inovadoras para sua validação e organização, e com isso tirar deles o melhor proveito. O acervo de dados certamente é um dos principais ativos que a companhia possui.
Estima-se que a pandemia adiantou em cinco anos a transformação digital e tornou a tecnologia uma peça fundamental para o futuro das companhias brasileiras e mundiais. E nesse contexto, aspectos como a segurança da informação e a qualidade dos dados precisam ser repensados e tornaram-se estratégias essenciais para o desenvolvimento da empresa.
Para dispor de informações completas e atualizadas, são essenciais iniciativas de gerenciamento de dados como, por exemplo, o MDM (Master Data Management), tarefa na qual as áreas de negócio e tecnologia trabalham juntas para garantir a uniformidade, a precisão e a consistência dos dados oficiais compartilhados na empresa.
E no meio do turbilhão provocado na pandemia, em meio a este processo de revolução digital, entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD em agosto do ano passado. Vale frisar que a nova lei trouxe mudanças significativas na forma de funcionamento e operação sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais, impondo um padrão mais elevado de proteção e penalidades significativas para o não cumprimento da norma.
A nova legislação entende por dados pessoais a informação relacionada à pessoa e por tratamento de dados a operação realizada com dados pessoais, como as que se referem à coleta, classificação, utilização, acesso, reprodução, processamento, armazenamento, eliminação, controle da informação, etc. Assim, as empresas precisaram mergulhar de uma forma mais profunda na definição de normas e regras de conscientização do uso e coleta dos dados, além de implementar, necessariamente, ferramentas e processos para não infringir a nova lei e ficar exposto à sanções, como pagamento de multas.
O ano de 2021, sem dúvidas, será decisivo para os novos rumos da tecnologia e da gestão de dados no Brasil. A transformação é um caminho sem volta. E para promover a transformação digital, as empresas devem implementar novos processos e soluções tecnológicas adaptadas às demandas do negócio.
*André França Cardoso é CEO da Assesso, provedora de software e consultoria para Gestão da Informação e Qualidade de Dados, que atende empresas como Natura, Gol, Santander e Sodexo
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