PMEs resistem à pandemia e garantem a retomada com a transformação digital
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Ferramentas online garantem o aumento no fluxo de caixa e também o controle das despesas
Resiliência. A palavra mais citada em 2020 para justificar tantos desgastes provocados por uma crise inimaginável. Prestes a acabar o ano, o vocabulário continua encontrando os melhores termos para representar cada momento e, agora, o alfabeto passa para a letra S, de superação. Vendas recordes e recuperação dos empregos estão diretamente ligados ao crescimento das pequenas empresas que, durante a crise, renasceram em formato digital e contribuíram para a mudança de comportamento do brasileiro. Mas, números tão expressivos nas vendas online exigem também maior atenção sobre o controle financeiro.
O CEO e cofundador da Celero, João Tosin, administrador e especialista em finanças de PMEs, destaca que a alteração no perfil dos consumidores e o aumento na adesão às vendas no ambiente virtual, obrigam o mercado a uma mudança de comportamento urgente também dos empreendedores. “O caderninho perdeu espaço definitivamente. É verdade que a movimentação gerada pelo e-commerce nunca coube na ponta do lápis, mas agora exige ferramentas e recursos de controle ainda mais robustos e, ao mesmo tempo, mais práticos e automatizados. Mais do que apenas se adaptar ao ambiente digital, é preciso se profissionalizar, definindo bem cada área da empresa e separando o negócio do pessoal, principalmente, no quesito financeiro.”
Tosin se preocupa com os mais de 17 milhões de pequenos negócios – 7 milhões de micro e pequenas empresas e 10,9 milhões de MEI – com pouca ou nenhuma instrução administrativa/financeira e, muito menos, de estratégias digitais, tendo que sobreviver e se reinventar a partir de um universo completamente novo. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o País deve registrar, em 2020, um número de abertura de MEIs com pelo menos 1.470.484 novas empresas, registrando um crescimento de 14,8%. São pequenos negócios que precisam de apoio em todos os sentidos para cumprir sua missão de ajudar o País e reverter a crise e também prosperarem seus negócios diante dessas adversidades.
Esse novo perfil econômico do Brasil, que hoje tem 99% das empresas classificadas como pequenos negócios, também se caracterizam pela migração das atividades informais para o empreendedorismo, elevando esses índices, já que em 2020 muitos profissionais saíram não só da informalidade, mas também do ambiente off-line, para o digital. A partir da chegada do Coronavírus, 92% das companhias têm reinventado seus modelos de negócios, de acordo com a pesquisa DT Index. Diante disso, as pequenas e médias empresas aumentaram o faturamento de 118% entre fevereiro e agosto deste ano e movimentaram cerca de 60 milhões de reais na Black Friday, 151% a mais do que no ano passado. Ou seja, os resultados são muito favoráveis, mas exigem cautela, controle e investimento, para que esses índices sejam perenes.
“A transformação digital chegou à galope. Ainda que experimentássemos mudanças significativas nos anos anteriores, com certeza neste ano, tivemos uma mudança radical que veio também para quebrar paradigmas. Se hoje eu percebo facilmente que a internet é minha grande aliada para aumentar meu fluxo de caixa, através de ferramentas e estratégias de marketing digital, é factível também compreender que o controle desse caixa precisa de inovação através de uma gestão mais eficiente, facilitada e, sem dúvida, automatizada para ser compatível com essa nova realidade”, disse Tosin.
O gerenciamento financeiro não se restringe a soma do que entra, mas principalmente, a previsibilidade do que sai. Com tantas formas de pagamento oferecidas, os consumidores hoje podem parcelar, pagar por débito e crédito, boleto bancário e, ainda recentemente, passaram a contar com o PIX. Porém, as despesas fixas de uma empresa não têm essa mesma versatilidade e, se hoje estas empresas são as principais responsáveis pela queda do desemprego, no mínimo, a folha de pagamento cresceu junto com elas, mas diferentemente, não tem prazo de negociação. “Por isso, investir no ambiente digital não deve se limitar às estratégias de marketing e comunicação voltadas para o aumento de vendas. Esses investimentos precisam e devem ocorrer, nós mesmos lançamos um novo site neste mês com uma tecnologia inovadora, chamada AMP, que é uma linguagem do Google voltada para a visualização de páginas mobile – mas temos que entender que investir no digital envolve, também ou prioritariamente, nosso controle financeiro, pois a partir da premissa de uma empresa saudável financeiramente, é que surge a disponibilidade de recursos para investir nas outras áreas da empresa e, aí sim, crescer ainda mais e com sustentabilidade”, reforça o especialista e CEO da Celero.
Em outubro, as micro e pequenas empresas geraram um saldo líquido de 271 mil postos de trabalho, o que significa quase 70% do número total de empregos gerados entre janeiro e outubro no Brasil. Só no Paraná, foram mais de 20 mil, o quarto maior índice do País. Esses dados reforçam que o caminho para uma retomada segura é este, mas não podemos perder o foco: vender e atrair cada vez mais clientes é importante, tanto no ambiente online quanto off-line, mas retê-los e ter saúde financeira para isso é fundamental para prosperar.
Como nasceu a Celero?
A Celero foi lançada oficialmente em 2016, mas está no mercado desde 2014, iniciando sua trajetória como uma consultoria financeira chamada J2 Consulting. Com a disciplina e trabalho que qualquer empreendimento exige, João Tosin, João Augusto Betenheuzer e Pedro Chaves remodelaram o negócio e lançaram, dois anos depois, a Celero: startup, inovadora, com serviços de gestão e automação para o departamento financeiro das empresas. Hoje, a startup oferece, através de tecnologia, um departamento financeiro online para PMEs de todas as regiões do País. Pioneira nesse nicho de mercado, sua plataforma é a única do mundo que automatiza toda a rotina financeira, transformando fotos ou imagens de documentos em relatórios financeiros e operações bancárias. A tecnologia, inclusive, pode ser utilizada sem a exigência de nenhum conhecimento técnico do setor, diferencial que facilita a vida dos empreendedores, impactados muitas vezes pela burocracia e desconhecimento das rotinas financeira e tributária do Brasil.
Grasiani Jacomini
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