Empresa cria simulador e ajuda governo de São Paulo a lidar com problemas causados pela Covid-19
O uso da matemática no combate à pandemia: Paragon encontrou solução sobre como sepultar de forma eficaz as vítimas do coronavírus e também calculou número ideal de leitos de UTIs e de enfermarias
A Paragon criou um simulador, analisou os números e descobriu onde estavam os gargalos do sistema funerário da cidade de São Paulo
São Paulo é o estado em que a pandemia chegou primeiro e onde o coronavírus se alastrou com maior rapidez devido à grande concentração urbana de pessoas. Diante do enorme número de contaminações e de mortes, o que fazer para evitar que se repetisse no estado a tragédia ocorrida em Manaus (AM) ou em Quito, capital do Equador, em que o sistema funerário entrou em colapso e não deu conta de enterrar os mortos?
Este foi o desafio enfrentado pela Paragon Decision Science, empresa cuja expertise é resolver grandes problemas com a ajuda da matemática e da engenharia. O CEO da empresa, Augusto Franzese, foi procurado pelo comitê de crise do governo de São Paulo e aceitou a missão de rodar cenários com números de mortes causadas pela Covid-19 e descobrir qual a melhor solução para que não houvesse acúmulo de corpos.
A função, embora trágica, foi essencial para não aumentar ainda mais a dor das famílias que perderam seus entes queridos. A Paragon doou seus serviços ao governo do Estado.
A cidade de São Paulo foi a primeira a ser estudada. A Paragon criou um simulador, analisou os números e descobriu onde estavam os gargalos do sistema funerário da Capital. Foi a partir da simulação de cenários que a empresa chegou à conclusão, por exemplo, de que era necessário abrir os cemitérios 24 horas para poder dar maior fluxo ao transporte de corpos e aos enterros.
Foi com base neste estudo que o prefeito Bruno Covas tomou a decisão de ampliar o horário de funcionamento dos cemitérios. A Prefeitura também aumentou o número de viaturas para o transporte dos cadáveres. O mesmo estudo foi feito depois para as cidades de Sorocaba, Campinas, Osasco e Santos.
Cálculo de UTIs e leitos de enfermaria
Desafio vencido, o CEO da Paragon, Augusto Franzese, foi chamado para outra tarefa, desta vez pelo Comando Conjunto do Sudeste, que está trabalhando com o governo de São Paulo na logística de transporte de pacientes e de insumos.
O objetivo foi calcular o número de leitos de UTIs e de enfermaria necessários conforme diferentes patamares de contaminação. Neste caso, os serviços da Paragon também foram doados.
Augusto Franzese, CEO da Paragon, conta que traçou diversos cenários com patamares de contaminação e quais seriam os números necessários de leitos de enfermaria e de UTIs para atender aos pacientes em todo o Estado de São Paulo.
Segundo Augusto, estes dados são importantes para que o governo pudesse se planejar e, diante destes cenários, conseguisse atender todos os pacientes do Estado. "Se o número de casos de contaminação chegar a X, quantos leitos de enfermaria e de UTIs o governo vai precisar? Fizemos uma projeção para 70 dias", explicou.
Em ofício enviado a Paragon, o subchefe do Estado-Maior do Comando Conjunto do Sudeste, coronel Carlos Eduardo Moraes Weber agradece os serviços prestados pela empresa e cita que o trabalho da Paragon é "um grande exemplo de integração civil-militar que, com certeza, contribui para a geração de melhores resultados à sociedade e ao país, numa notória ação de cidadania". A parceria deu tão certo que a Paragon continua contribuindo com seus serviços. Atualmente faz cálculos ainda mais detalhados, analisando cada região do Estado.
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