Mundo pós-COVID-19 deixa de ser analógico e passa, finalmente, a ser digital
Nos próximos meses e anos, o que vai acontecer é uma grande e profunda mudança na tecnologia disponível, que certamente vai fazer mais parte do dia a dia das pessoas
Mesmo com o avanço da tecnologia, pequenos hábitos persistiam nas pessoas. Ir ao supermercado fazer compras, se deslocar ao banco para pagar contas ou simplesmente visitar uma cafeteria para pegar um cafezinho faziam parte da rotina de muitos brasileiros. Mas agora não fazem mais. Desde março, o Brasil e o mundo passaram a sofrer com as incertezas provocadas pelo novo coronavírus, exigindo que medidas como isolamento social e quarentena fossem adotadas para evitar o maior contágio. Sair de casa tornou-se um ato impensável, mas a vida segue graças à consolidação da tecnologia e dos serviços digitais - que certamente estarão na vanguarda de nossas relações no futuro.
Não é preciso ser economista, tampouco especialista, para enxergar que o mundo não será mais o mesmo após a pandemia de COVID-19. Basta analisar a perspectiva dos efeitos práticos desta crise e da tecnologia. Nos próximos meses e anos, o que vai acontecer é uma grande e profunda mudança na tecnologia disponível, que certamente vai fazer mais parte do dia a dia das pessoas. O que antes era visto como supérfluo, e até mesmo irrelevante, torna-se essencial para a vida em sociedade. Olhe o exemplo das compras on-line: se antes as estimativas mostravam que correspondiam a 3% da movimentação do varejo, agora tranquilamente deve ultrapassar 10% ou até 15% de todas as transações realizadas.
A tecnologia vai ser, cada vez mais, parte intrínseca dos inúmeros segmentos da economia, acelerando o processo de digitalização na população - seja em conversas pessoais, seja em compras e até mesmo nos processos B2B. Era um caminho natural que encurtou com o novo coronavírus. Pessoas da geração X, na casa dos 50 anos, que tinham um nível de digitalização mais baixo do que os nativos digitais, precisaram se digitalizar rapidamente, tanto com o mobile banking (para pagamentos de contas e transferências financeiras) quanto para fazer as compras de casa com diversos serviços por meio da internet.
Esse movimento não fica restrito no dia a dia. A mudança também se dá nos empregos e, consequentemente, permeia a economia como um todo. Alguns segmentos, sem dúvida, sairão mais fortes após a pandemia de COVID-19, principalmente os que se digitalizaram antecipadamente. Eles terão o canal digital mais preparado, tecnológico e focado na usabilidade. Quem já estava minimamente preparado em fevereiro, antes da crise, aproveitou esse processo de mudança para agregar valor para seu cliente e sairá mais forte. Já empresas que não estavam inovando ou que não se adaptam rapidamente às mudanças ficarão para trás.
O segmento do varejo, por exemplo, vai ter uma mudança muito grande no comportamento. Antes, as pessoas se acostumavam a comprar um produto vendo ou até mesmo tocando nele. Agora, a tecnologia está forçando a experimentar a compra antes mesmo de ela acontecer. Já há aplicativos que, inclusive, permitem melhor experiência do que essa compra física. Algumas gerações acreditavam que a compra on-line jamais seria tão satisfatória quanto a do ponto de venda físico; hoje estão aproveitando melhor essa série de inovações. A mesma coisa acontece nos serviços financeiros, no ramo alimentício, no vestuário e eletroeletrônico - a adoção tecnológica será imensurável daqui para frente.
As pessoas estarão mais conectadas, o que traz maior eficiência e aumenta a produtividade. Em suma: antes da COVID-19 o mundo era mais analógico e, agora, vai ser mais digital. Não importa o segmento nem a localização da empresa. Se ela estiver adaptada ao digital vai se sobressair. Quem procurou se aproximar da tecnologia depois do isolamento vai ter uma explosão no faturamento, somando a rentabilidade do in-store com os novos consumidores que vão além do ponto físico. As soluções tecnológicas vieram para ficar, independentemente do fim: compras, conversas, organização, pagamentos, notícias. É o novo mundo que vai ficar mais palpável a partir de agora, explica Davi Holanda, CEO da Acesso.
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