As Seguradoras precisam aproveitar o momento para romper com impropriedades
Eu conheci um novo amigo e estamos escrevendo um livro. Essa mesma pessoa, experiente, premiada e profunda conhecedora do Mercado de seguros é um ganho muito maior do que as minhas ideias e pensamentos desta obra. Mas juntos vamos construir uma argumentação pesada, salgada e difícil de pôr no papel. Certamente vai ser muito complexa à digestão daquilo que vamos expor pra você. Mas não tenho dúvida que o resultado final será benéfico para todos.
Frontalmente, o objetivo deste livro será entrar em conceitos aplicados por seguradores e corretores, e mostrar-lhes dogmas importantes. Esses equívocos, alinhados ao que vivemos hoje parecem, na Pandemia do Covid-19, que não fizeram bem para o crescimento do setor. Considerando que, aliás, para nossa tristeza, não foram recadastrados nem mesmo 38% dos corretores de 1999. Naquele ano éramos 130.851 corretores ativos. Hoje, estamos comemorando os cerca de 50.000 corretores recadastrados, dos talvez, não acredito nesse número, cerca de 100.000 corretores de seguros. E mais, meu leitor, faça comparação do PIB do seguro daquele ano com o PIB de 2020. E aí, o que aconteceu? Por que um profissional que não possui vinculação trabalhista com uma seguradora, e é uma despesa perfeitamente mensurável para a congênere, não cresceu em números de produtores no tempo? Mas o PIB do seguro aumentou demais!
As muitas rescisões dos apertos de mãos e fios de bigodes dados em garantia de um sistema contínuo de relações entre atividades diferentes merecem análise e tratamento, para ver se podemos continuar ocupando o espaço interno das seguradoras e demonstrar - caso a caso - se não deveriam ser rompidos em franco distrato. Um desses exemplos (hiperbólicos e fictícios), que uso aqui, diz respeito a uma possível e benéfica decisão das congêneres em colocar limites no trafegar de seus espaços. A linha divisória dessa marcação, pintada no chão da entrada da seguradora, por exemplo, com um stop here, transformaria a afinidade com o corretor de seguros em movimento de trabalho contínuo e duradouro. E seria muito mais econômico perceber a necessidade de alguns poucos ajustes em relação ao que seria certo de se fazer, do que tentar ouvir uma única posição construída para deixar de lado o ajuste que seria necessário . A primeira deveria entender que a segunda é simplesmente uma produtora de apólices. Figurativamente, um corretor de seguros não poderia modificar o ato próprio e particular de cada uma das companhias seguradoras, no que se faz na alheação de pactos que talvez, e se existissem (?!), poderiam ser tratados maléficos aos acionistas e consumidores. Considerando que isto se mistura à decisão de se fechar o cofre para qualquer coisa que o menor desses investidores não tenha conhecimento e ato de aceitação. Objetivamente, sou a favor de que o relacionamento de nossas categorias tenha limites e que as seguradoras preservem seus espaços de maneira a não mais deixar entrar o alinhamento de posição. Afinal, corretor é corretor...
Mas nós dois, os autores do livro, devemos dar solução ao rompimento. Os corretores de seguros - e o mundo -mudaram. Hoje, os produtores de seguros, trabalhando em escritório em sua casa, apresentam opinião própria, marcante e decisiva. E a representação, no mundo e na corretagem, mudou completamente. Por exemplo, eu me represento sozinho, e não assino embaixo para qualquer um que queira interpretar o meu desejo, há mais de 18 anos; apesar da vênia e extremada consideração por qualquer ente representativo, afirma-se aqui. Este sintoma, aliás, já foi demonstrado pelas muitas ações que a Susep está tomando em 2020, e que colocaram para trás os "muitos investimentos do passado", que não mudaram completamente o Mercado Segurador. A Adaptação do modelo regulatório, em harmonia com práticas internacionais e com o Comitê de Seguros e Previdência da OCDE, elevaram o patamar brasileiro ao restante dos países que assinaram o tratado. E se tem sido doloroso para alguns, inclusive nós os corretores, percebendo a tristeza de não termos avançado em mudança, em disrupção, ainda que tivéssemos um longo tempo para alinhavar o jeito pelo qual exercemos um pacto de posições embrionárias, afirmadas na sinopse de um modelo incoerente de harmonização de funções . Felizmente, ainda temos tempo para mudar, mas o modo é doloroso.
E eu coloco o peso dessa afinidade, finalmente, no modelo de como eu aprendi o meu ofício. Afinal, na minha opinião, com vênia absoluta para todos os meus leitores, todo corretor de seguros foi ensinado a ser o representante do segurado, quando ele deveria ter sido educado a ser um produtor de seguros, simplesmente.
Armando Luis Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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