Estratégia de Partnership representa opção para garantir sobrevivência no mundo pós-pandemia
Especialista da Moreira Mendes Consultoria &Contabilidade explica como o movimento de traduzir o discurso meritocrático para a prática vem ganhando força no Brasil
A estratégia de Partnership - termo cuja tradução para o português significa parceria - estava entre os movimentos mais recorrentes no mundo das startups,nos últimos cinco anos. Com o avanço da pandemia, ela tornou-se uma opção para garantir a sobrevivência e até mesmo o crescimento de muitos negócios.
No modelo de Partnership, os funcionários que mais se destacam têm chances reais de tornarem-se sócios da organização na qual trabalham, por meio de um plano estruturado. "Esta já era uma tendência observada antes do mundo parar em função do coronavírus. Com a pandemia, as empresas perceberam a necessidade de reinventar suas ofertas, reter talentos e diminuir custos, três metas totalmente alinhadas à estratégia de estabelecer parcerias", afirma Renato Moreira, sócio-fundador da Moreira Mendes Consultoria &Contabilidade.
Segundo ele, o movimento de traduzir o discurso meritocrático para a prática deve-se também ao fato de que, muitas empresas reconhecem o potencial empreendedor existente em seus funcionários e abrir mão deles pode significar liberá-los para que viabilizem seus próprios negócios, aumentando a concorrência.
"De modo geral, o brasileiro não tem mais o sonho de permanecer anos em uma companhia, na posição de funcionário. Assim, a crise pode funcionar como o empurrãozinho que faltava para empreender", acredita o especialista, que realizou o Partnership dentro de sua empresa e desde então conta com mais quatro sócios. A Moreira Mendes Consultoria & Contabilidade registrou crescimento de 109% em 2019, em relação ao ano anterior; nos primeiros seis meses de 2020, a empresa cresceu 18,7%, mesmo em meio à retração da economia.
Entre as vantagens do Partnership está o fato de que as decisões são tomadas por um corpo diretivo, e não somente pelo fundador. Outro ponto é a motivação das pessoas. Para Moreira, o papel de "dono" faz com que o comprometimento e a vontade de crescer funcionem como uma mola propulsora para os bons resultados, uma vez que os desafios são constantes e a dedicação tende a ser intensa. "Por outro lado, é fundamental que as regras do jogo sejam bem claras para todos; assim, as expectativas serão sempre as mais realistas possíveis em termos de crescimento".
Além disso, a vaidade pode atrapalhar o processo de migração para o modelo de parcerias. Muitos clientes da MoreiraMendes precisaram trabalhar a maturidade para enxergar os benefícios de ter mais sócios. "Tudo é uma questão de cultura e muitas empresas brasileiras vêm trabalhando desta forma. A reflexão que se deve fazer é se a adoção da estratégia vai fazer a empresa crescer e ser mais valorizada, uma vez que mais pessoas qualificadas estão investindo seu tempo nela. Se a resposta for positiva, certamente valerá a pena", diz ele, ressalvando que é essencial contar com uma consultoria especializada na hora de formalizar acordos societários, com dispositivos detalhados. Isso porque a clareza das informações contábeis e financeiras também conta pontos extras na hora de atrair talentos e investidores.
Na opinião de Moreira, o modelo de parcerias pode ser uma boa estratégia para pequenas e médias empresas por elas terem estrutura mais enxuta. "Nestes casos, a aceitação de uma nova cultura pode ser um processo maissimples, e ainda atender a necessidade de atrair e reter talentos - algo desafiador para companhias de portes menores", conclui o executivo.
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