As lições da análise de dados para o combate ao novo coronavírus
Por Fábio Meneghim, gerente de vendas da Hitachi Vantara
O crescimento vertiginoso dos casos de infecção pelo novo coronavírus representa um grande desafio para governos e órgãos públicos do mundo inteiro. Em meio a uma explosão de informações vindas de todos os lados, é hora de ater-se aos números e aos dados. Em um momento turbulento como esse, eles devem ser a base de qualquer tomada de decisão.
A análise de dados ensina, em primeiro lugar, a importância da transparência. Por exemplo, para um país chegar a números sólidos sobre a COVID-19 no seu território, é preciso contar com a cooperação de todos os órgãos de saúde, tanto públicos quanto privados.
A qualidade dos dados também deve ser levada em conta. O número de fatalidades, por exemplo, é um numerador, ou seja, um valor praticamente idêntico à realidade, já que todo óbito é devidamente registrado nos hospitais. Já o número de infectados é um denominador, ou seja, um número aproximado da realidade. Afinal, muitas pessoas podem estar infectadas com o coronavírus e, por não apresentarem os sintomas, não realizaram o teste e não foram contabilizadas na estatística.
Dados incompletos podem prejudicar ações de saúde, além de mexer negativamente com o clima da sociedade – seja criando um pânico excessivo, seja criando a impressão de que tudo está bem quando não está. A desinformação causada por dados mal colocados ou mal apurados pode ter graves consequências.
No caso do novo coronavírus, um exemplo claro disso é o mistério em torno dos efeitos da cloroquina no tratamento dos doentes. Um estudo promovido por um médico francês afirma que o remédio tem eficácia no combate à COVID-19. Outros cientistas ressaltam os efeitos colaterais do medicamento e contestam as pesquisas a favor do seu uso. No fim das contas, em meio a essa falha na apresentação de dados sólidos, muitos brasileiros foram às farmácias em busca da cloroquina e acabaram com os estoques do medicamento, prejudicando quem faz o seu uso regular, como pacientes que sofrem de lúpus.
Afinal, qual o percentual de pessoas acometidas pela COVID-19 que foram curadas ou tiveram os sintomas reduzidos graças à cloroquina? Que fatores contribuíram para isso? Perguntas que apenas uma profunda coleta e análise de dados poderia responder, e a partir daí gerar conclusões sobre o uso do medicamento.
Tenho acompanhado algumas iniciativas bem interessantes neste período. Uma delas é do Kaggle, uma comunidade de profissionais da ciência de dados e machine learning que está promovendo alguns desafios para ajudar a comunidade global e os governos a tomarem decisões mais assertivas. Um desses desafios é fazer uma curadoria de cerca de 45 mil artigos científicos para encontrar expressões, palavras e dados em comum para responder a algumas perguntas-chave sobre o novo coronavírus. Esse tipo de pesquisa está um passo à frente daquilo que as organizações e órgãos de saúde têm feito pelo mundo e pode trazer insights relevantes.
Enquanto isso, em meio a um ambiente com dados ambíguos e pouco precisos, o que está ao nosso alcance é tomar ações baseadas na análise do custo dos falsos positivos e falsos negativos. No primeiro caso, trata-se de uma pessoa que não tem o vírus, mas foi incorretamente classificada como infectada, e que, portanto, receberia medicação e ficaria em quarentena. O custo desse erro seria relativamente baixo, já que a vida da pessoa não está em risco. Já o falso negativo permitiria a uma pessoa infectada andar em locais públicos e espalhar o vírus, gerando um custo muito alto para toda a sociedade.
Foi assim que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou à conclusão de que o isolamento social do maior número de pessoas possível é a arma mais eficaz para evitar ou retardar a expansão do novo coronavírus. Uma medida emergencial, mas efetiva enquanto outros dados não trazem mais luz ao debate.
A humanidade está diante de um grande desafio, no qual preservar vidas é o objetivo principal. Nesse contexto, mais do que nunca, os dados são nossos aliados. Basta saber o que fazer com eles para tomar as melhores decisões.
Sobre a Hitachi Vantara
A Hitachi Vantara, uma subsidiária integral da Hitachi, Ltd., ajuda os líderes orientados a dados a encontrar e usar o valor em seus dados para inovar de forma inteligente e alcançar resultados que importam para as empresas e a sociedade – o que chamamos de linha de fundo duplo. Apenas a Hitachi Vantara combina mais de 100 anos de experiência em tecnologia operacional (OT) e mais de 60 anos em TI para desbloquear o poder dos dados do seu negócio, do seu pessoal e das suas máquinas. Ajudamos as empresas a armazenar, enriquecer, ativar e monetizar seus dados para melhorar as experiências de seus clientes, desenvolver novos fluxos de receita e reduzir seus custos de negócios. Mais de 80% da Fortune 100 confia na Hitachi Vantara para soluções de dados. Visite-nos em www.hitachivantara.com.
Sobre a Hitachi, Ltd.
A Hitachi, Ltd. (TSE: 6501), com sede em Tóquio, Japão, está focada no Negócio de Inovação Social, combinando sua tecnologia operacional, tecnologia da informação e produtos. As receitas consolidadas da empresa para o ano fiscal de 2018 (encerrado em 31 de marçode 2019) totalizaram 9.480,6 bilhões de ienes (US$8,5bilhões), e a empresa tem aproximadamente 296 mil funcionários em todo o mundo. A Hitachi oferece soluções digitais como a Lumada em cinco setores, incluindo Mobilidade, Vida Inteligente, Indústria, Energia e TI, para aumentar o valor social, ambiental e econômico de nossos clientes. Para mais informações sobre a Hitachi, visite o site da empresa no https://www.hitachi.com.
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