Tendência de crescimento do seguro é destaque no Congresso dos Corretores
O cenário de grandes transformações no setor de seguros permeou a maioria das discussões no 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado entre os dias 10 e 12 de outubro, na Bahia. A partir do tema central “Desafios para a Retomada do Crescimento”, o evento trouxe a análise de especialistas e de autoridades do mercado sobre os principais pilares de mudanças, como a tecnologia, o seguro de Pessoas, a reforma da Previdência e a autorregulação dos corretores de seguros.
No painel que discutiu “Os caminhos para a retomada do crescimento e a reforma da Previdência”, a superintendente da Susep, Solange Vieira, comentou a necessidade de adequação do setor de seguros às mudanças que estão em curso no mundo, apontando a tecnologia como aliada nesse processo. Considerando a importância no futuro dos canais digitais para a venda de seguro, ela elencou as ações da Susep que já estão em curso para dar suporte a esse processo. Dentre as principais, citou a apólice eletrônica, os seguros temporários e a sandbox para insurtechs.
A superintendente elencou as soluções inteligentes que podem ser aplicadas a todo o ciclo de produtos de seguros, de acordo com estudo IAIS, associação internacional de supervisores. No desenvolvimento de produtos, as soluções são baseadas em dados comportamentais utilizados na avaliação de riscos e na precificação. Na parte de vendas, deverá prevalecer o uso de chatbots para a personalização e maior eficiência. Já no recolhimento de prêmios, a tendência é o avanço de pagamentos flexíveis e atualizações de cobertura por SMS.
As soluções inteligentes deverão ser aplicadas também ao gerenciamento de riscos na forma de nudges (empurrão para a escolha certa) e recompensas por comportamentos menos arriscados. Por fim, os processos de sinistros terão espaço para a inovação com o uso de imagens aéreas que deverão aumentar a precisão e, ainda, da análise de voz e facial para a detecção de fraude.
Presente no evento, o presidente do CVG-SP, Silas Kasahaya, considerou positiva a visão da Susep em relação à disrupção no setor provocada pelas novas tecnologias, bem como a disposição de aumentar a competividade do mercado. “Essas ações deverão levar ao maior crescimento do mercado”, concluiu.
Seguro de Pessoas
A ascensão do seguro de Pessoas e o declínio do seguro de automóvel foram demonstrados pela superintende em gráficos produzidos pela Susep. Desde 2018, o seguro de Pessoas assumiu a dianteira no mercado, com 33% de participação, à frente do seguro de automóvel, que alcançou 32%. Para o presidente do CVG-SP o protagonismo do seguro de Pessoas é uma tendência. “O seguro de Pessoas está norteando o crescimento do mercado de seguros nos últimos anos e deverá continuar assim”, disse.
Mas, há espaço para crescimento de todos os ramos, segundo Solange. Na relação prêmio/PIB, o Brasil surge com 3,9%, abaixo da média mundial que é de 6,1%. Acima dessa marca, estão os países desenvolvidos da Europa com 7,6% e a América do Norte com 7,2%. O prêmio per capita no Brasil, de acordo com estudo da Swiss Re apresentado pela superintendente, é 11,9 vezes menor que o americano, US$ 377 contra US$ 4.481. Já no PIB per capita, a diferença é menor, mas não menos significativa: US$ 9.821 no Brasil contra US$ 59.531 nos Estados Unidos.
Outro dado que revela o potencial de crescimento do seguro brasileiro está no número de habitantes por seguradora. Com 119 companhias, existem no Brasil 1,7 milhão de habitantes para cada seguradora. No Chile, essa proporção é de 265 habitantes e nos Estados Unidos é de 78 mil. “Apesar de termos poucas seguradoras por habitantes, existe espaço para aumentarmos essa proporção. Por outro lado, a renda per capita é baixa e restringe um pouco esse crescimento. Mas, com a adoção de novas tecnologias e a melhoria nos processos e na oferta, a tendência é que haja o ambiente para o seguro crescer”, disse.
No mesmo painel, o presidente da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi), Jorge Nasser, disse que a reforma da Previdência será o primeiro passo para os brasileiros voltarem a acreditar no país. Ele espera não apenas a retomada dos investimentos estrangeiros, como também a recuperação da economia. Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional de Seguros Gerais (CNseg) comemorou o bom desempenho do mercado de seguros, que cresceu 11,5% até agosto, ressaltando o protagonismo dos seguros de vida e residência.
Uma das questões discutidas logo no início do evento foi a autorregulação dos corretores de seguros. “A Susep não tem estrutura para realizar a regulação do corretor”, disse a superintendente da autarquia. Para ela, a categoria já está madura para se autorregular. Na avaliação de Silas Kasahaya, a autorregulação trará um novo cenário para o corretor de seguros. “Estamos atentos a essa mudança”, disse o presidente do CVG-SP.
Fonte: CVG-SP
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