Tudo começou em uma ligação de um número não identificado. A voz do outro lado da linha, de um homem, fala hispânica, condensada em TTS ( estilo GPS). Seguiu-se outra ligação, da mesma fonte. Posteriormente, o meu próprio número de celular me ligou no meu aparelho. A partir dai perdi o número do telefone e a conexão de internet. E o que percebi era que ele apenas queria gravar a minha voz para poder executar o intencionado golpe.

O fato é triste e eu estava em Chapecó/SC. Obrigando-me a adquirir outro chip de telefone. Posteriormente, consegui recuperá-lo, mas o mal já estava feito. O hacker roubou as minhas informações.

Os momentos seguintes foram caóticos. Pois tive que me prevenir em relação as fraudes bancárias e de cartões de crédito. Fora isso, ligar para os parentes, para avisar o que aconteceu e pedir que não atendessem números duvidosos.

Como nós - a maioria -  somos leigos nessa questão, não entendemos direito o modo de agir e nem o objetivo dessas pessoas que clonam e hackeiam os outros. Por isso, fiquei apreensivo

Em certo momento me dirigi a Polícia Federal e Polícia Civil. Acredito que eles possam interceptar os personagens desse movimento criminoso, por causa dos rastros.

Mas qual é o foco da invasão?

1 - Roubar dados;

2 - Provocar danos ao aparelho;

3 - Acessar redes sociais;

4 - Clonar seu telefone;

5 - Roubar senhas;

6 - ETC.

Acessando a rede digital eles têm entrada nas conversas privadas  e podem:

1 - Conhecer seus contatos e o teor das mensagens privadas;

2 - Pedir resgate usando sua própria voz em TTS;

3 - Pedir dinheiro emprestado, como se fosse você, para outros contatos;

4 - Fazer chantagem;

5 - ETC.

Em caso de roubo de senhas a coisa toda fica mais complicada. Pois esses gênios podem acessar seus cartões e contas bancárias.

Pior mesmo é a sensação de invasão da privacidade.

E por que os corretores e seguradores estão na premissa desse tipo de delito?

- Os aparelhos desses personagens contém grande número de informações guardadas. O histórico dos fechamentos de seguro, bem como as informações que os clientes passaram.

- Por se tratar de mercado financeiro, a visão do hacker se concentra em  conseguir senhas que podem incluir ativos financeiros em várias modalidades.

- Para poder acessar os sites das seguradoras.

- Para ligar para parentes pedindo resgate.

- Para fazer chantagem.

- ETC.

O que fazer?

Essa pergunta não possui uma resposta pronta. A evolução do hacker é a opção da atualização. Mas uma delas é se concentrar na segurança.

E  quais outras:

- Confirmação em duas etapas no whatsapp.

- Não colocar senhas guardadas no celular.

- Apagar as conversas que não tem mais utilidade ou que comprometa em questão de segurança.

- Não atender número desconhecido.

- não fazer download de todo tipo de app, no Android.

- Se desconfiar da ligação, evitar falar muitas palavras pelo telefone, a fim de que não gravem (TTS) e usem na atividade criminosa. Com os seus dados completos e sua voz, não há limite para a imaginação criminosa.

Novamente, com a troca do Chip Sim (SIM SWAP), com os dados completos em mãos, o hacker consegue se passar pela vítima. https://www.tecmundo.com.br/seguranca/141254-eua-processa-9-cibercriminosos-sim-swap-tecnica-moda-brasil.htm

Entenda com mais detalhes:

https://gizmodo.uol.com.br/sim-swap-tecnica-clona-whatsapp/

O pior de tudo isso é que o golpe se espalhou pelo Brasil. E o crime está compensando. Ainda mais quando é realizado por pessoa extremamente bem preparada e inteligente. O hacker, que consegue entrar em um celular e roubar as informações, é um gênio, pena que do crime. E acaba espalhando tristeza e dor entre àqueles que são vítimas desse ataque.

Infelizmente, no Brasil, a impunidade para este tipo de crime é visível. Por isso o negócio é prevenir, se conseguir. Porque fico imaginando o que aconteceria se essas pessoas inteligentes, que praticam o mal contra outras pessoas, usassem seus talentos para o bem da humanidade...

ARMANDO LUIS FRANCISCO