Perspectivas no rating do mercado de resseguros
Analista da A.M. Best fala sobre o presente e o futuro da indústria no 8º Encontro de Resseguro
Incertezas macroeconômicas, transição política, ambiente de taxas de juros em declínio e flutuações cambiais foram alguns dos pontos abordados pelo analista sênior da A.M. Best, Guilherme Simões, para comentar a evolução do mercado de resseguros no Brasil. O executivo foi o palestrante do painel "Resultados Recentes e Perspectivas no Rating do Mercado Brasileiro e Internacional", que aconteceu no segundo e último dia do 8º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro. Entre os participantes estavam o coordenador de mesa, Peter Rebrin, head of Personal Lines & Bancassurance da Zurich Minas Brasil, e o debatedor Thiago Moura, diretor presidente da BTG Pactual Resseguradora.
A A.M. Best classificou o mercado brasileiro de resseguros em perspectiva negativa em seu mais recente relatório, de dezembro de 2018. Mas, segundo Simões, o mercado tem condições de se reerguer. "Acreditamos que existem vários fatores que possam estabilizar o mercado de resseguros. Um deles é a implementação de reformas importantes, como as da previdência, fiscal, tributária e política. Essas reformas, se realizadas, podem facilitar o crescimento a longo prazo e impulsionar a confiança interna e externa no País". Na avaliação de Simões, "o pior já passou" e tudo indica que as condições macroeconômicas no Brasil estejam caminhando na direção correta, embora que de maneira vagarosa.
Para o analista, a receita de investimentos tem sido um dos principais impulsionadores da lucratividade da indústria de resseguros no Brasil nos últimos anos. As taxas de juros atuais (na base dos 6%, 7%) e a inflação anual em torno de 4% a 5% levam a agência de classificação global a acreditar que, no futuro, a rentabilidade da indústria de resseguros não poderá depender apenas de receitas financeiras acentuadas.
Simões falou sobre os mercados em ascensão no Brasil e que merecem atenção do setor de resseguro. Os segmentos agrícola, de óleo & gás e de infraestrutura vão gerar boas oportunidades nos próximos anos. "O mercado de petróleo está se abrindo cada vez mais e o preço do petróleo vem aumentado, o que acaba aumentando o prêmio. O segmento vem implementando ações que visam à segurança de suas operações, o que é benéfico para o mercado de resseguros também".
O setor agrícola, segundo Simões, tem bastante espaço para crescer no Brasil. "Temos apenas 15% de penetração nessa área, portanto o potencial é enorme". Os projetos de infraestrutura também merecem destaque, segundo o analista. "Se a proposta de lei que estabelece seguro de 30% do valor de grandes obras for aprovada, os seguros de garantia vão deslanchar".
Thiago Moura elogiou a palestra de Simões, dizendo que a empresa está na direção certa, se levar em consideração a análise da A.M. Best. "Estamos investindo nos segmentos que você mencionou. Sobre seguro de garantia, estamos bem otimistas, mas sabemos que a mudança de lei pode acontecer somente no ano que vem".
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