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Investimentos em expansão e private equity no Brasil

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As gestoras de private equity acumulam 30 bilhões de reais para investimentos no país e registram aumento de captações e novos fundos. A estimativa é da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap). Isso mesmo, são R$ 30 bilhões disponíveis para investimentos no Brasil nas mãos das gestoras de private equity (ativos privados de empresas de capital fechado). A cifra inclui novos fundos e outros já captados que ainda não esvaziaram o caixa. O aumento de captações faz sentido. A sinalização de retomada econômica brasileira, ainda que lenta, é um dos indicativos que justificam este crescimento. Após a severa recessão que o País atravessou, a estimativa agora é a de que as gestoras aumentem entre 20% a 30% os aportes no País este ano.

Mas outra razão explica os movimentos no setor. Vivemos um período recorde de desinvestimentos dos fundos no Brasil, com aumento dos investimentos novos. Quanto mais papéis em carteira são vendidos, mais os fundos buscam recompor com novos investimentos. E entram em nova fase de captação se já estão na fase final dos fundos - e retornando capital aos investidores. Uma vez encerrado o ciclo, as gestoras entram em nova fase de captação.

O Brasil fechou 2017 com um apetitoso volume de novas captações nesse setor: R$ 5 bilhões, R$ 4,4 bilhões deles em fundos de private equity e o restante em venture capital. Sem contar com os fundos globais e de infraestrutura. As expectativas para 2018 são animadoras. O mercado estima captar o dobro do volume de 2017. Se comparado com os anos anteriores, só há motivos para comemorar. Em 2016, por exemplo, as captações tinham somado pouco mais de R$ 2 bilhões.

Já o volume de desinvestimentos de fundos de private equity em 2017 foi de R$ 9,8 bilhões, o mais expressivo da história, segundo a Abvcap. Desde 2011, o volume total de ativos vendidos pelos fundos foi de R$ 40,5 bilhões. O total de investimentos de fundos de participação somou R$ 15,2 bilhões no ano passado, ante R$ 11,3 bilhões em 2016. Desse total, R$ 14,3 bilhões em private equity e R$ 900 milhões em venture capital, investidos em 175 empresas.

Com fundos que somam cerca de US$ 1,2 bilhões, dos quais cerca de 90% alocados no private equity e em ativos reais, a tradicional asset Vision Brazil Investments está em processo de captação. Direcionados para as áreas agrícola, florestal, imobiliária e crédito high yield (alto risco/retorno), os fundos devem ficar em média na casa dos US$ 200 milhões. Para cada mercado de atuação da Vision Brazil, co-investidores e produtores têm condições de compartilhar oportunidades e reduzir riscos em importantes segmentos do private equity brasileiro.

“Nosso foco sempre foi olhar para os investimentos pensando em desenvolvimento. Na área agrícola, por exemplo, a meta é desenvolver e produzir em parceria com produtores agrícolas”, diz Amaury Junior, sócio-fundador da Vision Brazil Investments. A carteira de clientes da asset é composta por fundos de pensão, endowments e fundos soberanos, todos estrangeiros, sendo 50% dos Estados Unidos, 35% da Europa e 15% entre Oriente Médio e Ásia.” O mercado brasileiro tem tudo para crescer na carteira da Vision.

As gestoras de investimentos desempenham um papel relevante para a economia. No país, especificamente, os fundos têm uma função estratégica na gestão das empresas nas quais investe. Há companhias e grupos familiares, com uma gestão pouco profissionalizada e a entrada desses investidores muda o olhar sobre o negócio.

Por que investir em Private Equity

Os fundos de Private Equity são investimentos com alto potencial de crescimento no país. Ainda que com a recuperação da economia lenta, as reformas e o resultado da indústria estão gerando oportunidades, principalmente para o setor empresarial. O maior diferencial entre os Fundos de Private Equity, em comparação aos Fundos de Ações, é a forma como as empresas participam do processo. As companhias que investem nesses fundos possuem grandes perspectivas de lucro.

O objetivo das empresas que investem através de private equity é potencializar e agilizar o crescimento das companhias promissoras, fazendo-as entrar na lista de empresas disponíveis na Bolsa de Valores para compra e venda de ações. Neste momento, a empresa que investiu em private equity em geral vende a sua parte das ações para outros investidores por preços bem mais elevados. Para que esse sistema seja possível, as empresas especializadas em investir em outras companhias devem estabelecer um contrato privado entre os investidores e gestores.

Os primeiros fundos de private equity surgiram nos Estados Unidos, durante a década de 1980. A princípio, esse modelo de financiamento era uma opção para pequenas e medias empresas. Os investimentos de venture capital (capital de risco) financiam pequenas e promissoras companhias, campanhas ou novos produtos do mercado. Os fundos de private equity buscam financiar tambem potenciais empresas, que ja geram um grande lucro, mas com o propósito de lançá-las ao patamar da bolsa de valores.

Os investidores que apostam nos fundos de Private Equity não são diferentes de outros que atuam em investimentos de renda fixa, Tesouro Direto ou ações. Todos estão em busca de retornos elevados futuramente.

O investidor compra ações mais baratas de empresas menores, com o intuito de potencializar o crescimento dessas pequenas companhias, fazendo com que elas façam um IPO (abertura de capital) na Bolsa de Valores ou participem de fusões ou vendas. Companhias de capital aberto também podem receber os recursos dos Private Equity. Neste caso, o capital é destinado a alterações financeiras, operacionais ou estratégicas, visando um novo posicionamento no mercado aberto.

Os fundos de Private Equity não são direcionados para investidores iniciantes, pois exigem profundo conhecimento do mercado. O custo neste tipo de investimento é alto. O investidor precisa estar consciente e preparado para aplicar nestes fundos. Pelas regras da CVM, as ofertas desses fundos são voltadas para os chamados “investidores qualificados” ou “investidores profissionais”, conforme o caso. Como o principal objetivo dos fundos de Private Equity é obter lucro ao vender suas participações na empresa, o momento de saída é um dos mais importantes para esses investidores. Também chamado de desinvestimento, a saída acontece quando o fundo vende suas participações.

Conclusão

A reabertura do mercado de ações em 2017 acelerou o movimento de saída de alguns fundos. Dos nove IPOs da B3, seis eram empresas com participação de private equity. Praticamente 90% dos recursos para fundos de private equity no Brasil vêm de estrangeiros. Essa é a razão pela qual a Receita Federal exigiu que fosse identificado o beneficiário final de todos os investidores neste mercado. São cada vez mais comuns instituições financeiras serem fiscalizadas pela Receita Federal relativamente a tal comprovação de identidade do beneficiário final. Isto porque, em determinados casos, investidores estrangeiros possuem benefícios fiscais em investir neste mercado. Como as projeções já indicam, a procura pelo private equity tende a aumentar, o que anima o mercado e as gestoras.


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