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Produção Industrial - Especialistas analisam impacto da maior queda dos últimos 10 anos

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“Mas é importante salientar que mesmo após a volta da greve a economia não voltou. Este fato, devido às incertezas do cenário político interno e externo”, analisa Thiago Figueiredo, Gestor da Horus GGR.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou dados referente à produção industrial no mês de maio, o recuo de 10,9% foi algo que assustou profissionais da área. A queda foi a maior desde dezembro de 2008, quando o recuo foi de 11,2%. O fantasma das grandes quedas, voltou a assombrar no ano de 2018 após a greve dos caminhoneiros, a qual durou por 11 dias e afetou diretamente o processo de produção industrial de todo país. A dificuldade de transporte dos trabalhadores, assim como a limitação no escoamento de produção foram alguns fatores os quais auxiliaram na queda do setor.

Em comparação ao mês de maio de 2011, quando bateu o ponto recorde da alta do setor, o mesmo mês em 2018 encerrou 23,8% abaixo do ápice da produção industrial. Alguns especialistas preveem um crescimento no setor abaixo dos 4% para o ano de 2018, a expectativa que antes estava próximo aos 5% também recuou. Decorrente dos acontecimentos, a expectativa do mercado é de um baixo PIB neste ano. “Uma parte desta queda é sim reflexo da falta de logística e infraestrutura do país, pois os caminhões eram os responsáveis pelo transporte de insumos. Mas é importante salientar que mesmo após a volta da greve a economia não voltou. Este fato, devido às incertezas do cenário político interno e externo.”, analisa Thiago Figueiredo, Gestor da Horus GGR.

Para o Economista-Chefe da DMI Group, Daniel Xavier, esta queda refletiu, principalmente, a paralisação do transporte coletivo ocorrida no mês. Todas as categorias de uso pesquisadas exibiram recuos no período, assim como 24 dos 26 ramos pesquisados. Destaques positivos no mês apenas para os segmentos de petróleo e indústria extrativa. Por se tratar de movimento pontual, uma vez que a greve encerrou-se ao final de maio, avaliamos que boa parte da queda observada neste mês será revertida em junho. Julgamos, assim, que o quadro de recuperação da atividade doméstica segue envolto de incertezas.

“A produção industrial de maio teve queda de inimagináveis 10,9%. A maior queda foi em dezembro de 2008, em plena crise do Lehman Brothers, de 11,2%. Os bens de capital caíram 18,3%, intermediários 5,2% e de consumo 15,4. A estimativas da agência Broadcast eram de 14% e da Bloomberg de 13,2%. A produção industrial brasileira caiu para o nível de dezembro de 2003. A estimativa para o PIB anual ainda se mantém em 1,6%, mas será revista até sexta, para baixo. Os efeitos totais da paralização dos caminhoneiros sobre a atividade econômica, associados à piora das expectativas, foram poderosos e ainda não foram totalmente dimensionados pelos analistas”, explica Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos.


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