Médico explica quando é necessário se preocupar com o cansaço constante
Fadiga crônica pode ter várias causas, algumas envolvendo questões hormonais
Quando o assunto é cansaço constante, com certeza se pensa em uma queixa comum, normalizada. Embora muitas vezes seja considerado algo normal, a fadiga contínua pode ser um sinal de que algo mais está acontecendo com a saúde. Quem explica é o médico intensivista e nutrólogo José Israel Sanchez Robles.
De acordo com o especialista, o cansaço crônico pode ter várias causas, desde distúrbios do sono até questões hormonais, e, felizmente, muitas dessas causas podem ser tratadas. “Recentemente, estudos sobre a fadiga persistente têm destacado a importância de avaliar os hábitos de sono como um ponto de partida fundamental na investigação clínica. Apesar de muitos indivíduos relatarem dormir a quantidade de horas recomendada, fatores como irregularidade nos horários de dormir, níveis elevados de estresse, e o consumo de substâncias como cafeína e álcool podem comprometer significativamente a qualidade do sono, interferindo na sua capacidade reparadora e contribuindo para a sensação de cansaço crônico.”, explica José Israel. Por isso, o médico reforça a importância de ir para a cama e acordar nos mesmos horários todos os dias possíveis, lembrando da importância de evitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir e ter um intervalo de 2 a 3 horas entre o jantar.
“É importante destacar que, embora dormir o suficiente seja um componente essencial para a manutenção da energia, a quantidade de sono não é, isoladamente, o único fator relevante.”, continua o especialista. “Em muitos casos, o cansaço excessivo pode ser indicativo de distúrbios do sono, como apneia obstrutiva do sono, insônia ou síndrome das pernas inquietas. A apneia obstrutiva do sono, por exemplo, caracteriza-se pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias durante o sono, resultando em interrupções na respiração que podem levar à fragmentação do sono e, consequentemente, ao cansaço diurno. Já a insônia, frequentemente marcada pela dificuldade em iniciar ou manter o sono, compromete a qualidade e a duração do repouso noturno, impactando negativamente os níveis de energia ao longo do dia.”, pontua José Israel.
O médico acrescenta, ainda, que o cansaço também pode ser causado por fatores externos, como desequilíbrios hormonais, deficiências de vitaminas ou minerais, e até mesmo condições crônicas de saúde, como diabetes, depressão ou a Covid longa.”Alterações hormonais, como o hipotireoidismo — condição em que a glândula tireoide não produz quantidades adequadas de hormônios tireoidianos —, estão entre as causas mais frequentes de fadiga persistente. Felizmente, esse distúrbio pode ser prontamente diagnosticado por meio de exames laboratoriais simples e tratado de forma eficaz com reposição hormonal. Dessa forma, visitas regulares ao médico são fundamentais, especialmente quando a sensação de cansaço é contínua e persiste por semanas ou meses. A identificação precoce de condições subjacentes permite intervenções direcionadas, melhorando a qualidade de vida do paciente e prevenindo complicações.”.
Vale lembrar que, em alguns casos, o uso de medicamentos, como antidepressivos e anti-histamínicos, também podem causar fadiga persistente. “É fundamental não subestimar os sinais de exaustão, já que essa condição pode ser reflexo de diversas causas subjacentes que impactam diretamente a saúde e o bem-estar. Com a orientação de um médico especializado, é possível realizar uma investigação detalhada, identificar a origem do cansaço e implementar estratégias terapêuticas personalizadas. Essa abordagem contribui significativamente para a melhoria da qualidade de vida e do equilíbrio geral do organismo.”, conclui José Israel.
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