Saúde mental de 53% dos brasileiros piorou entre 2020 e 2021 e o mundo do trabalho foi impactado por um número recorde de afastamentos
Foram mais de 570 mil afastamentos por transtornos mentais e comportamentais em 2020, o que alertou as empresas a partir do ano passado a adotarem estratégias de detecção e tratamento
Já em 2018 a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertava sobre o aumento dos casos de transtornos de ansiedade e depressão, e dizia que estas seriam as maiores causas de afastamento do trabalho em todo o mundo até 2020. Foi exatamente naquele ano que se iniciou a pandemia da Covid-19 e os impactos na saúde mental foram além de qualquer estimativa.
Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, o Brasil registrou 576 mil concessões de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais em 2020, 26% a mais do que o registrado em 2019, a maior alta já registrada. Os números do ano passado ainda não foram compilados, mas a tendência é de aumento dos casos e dos afastamentos.
Fato é que o aumento dos transtornos mentais e comportamentais podem ter uma relação com a pandemia, inclusive com o risco de se contaminar sendo considerado fator estressor para a saúde mental.
Outros fatores impactam na saúde mental do trabalhador brasileiro, como as mudanças abruptas na rotina, a adaptação ao home office, a volta ao presencial, o trabalho híbrido e as incertezas em relação ao futuro pós-covid.
Para Ricardo Pacheco, médico CEO da Oncare Saúde e presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho), nem sempre é possível perceber os sintomas de depressão e ansiedade. “Muitas pessoas continuam nas suas atividades laborais sem sinais aparentes de que algo não vai bem, por isso é preciso prestar atenção a mudanças significativas na qualidade de vida do indivíduo. Sensações prolongadas de tristeza ou de inutilidade e abuso de substâncias como álcool e drogas são pontos de alerta”, alerta.
Cristina Rodrigues, psicóloga organizacional da Oncare Saúde enfatiza que sem saúde mental, não existe saúde. “Por isso, é fundamental que as empresas reforcem os critérios para avaliação, e estamos vendo esse comprometimento. Uma pesquisa intitulada Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, da Fundação Instituto de Administração (FIA), apontou que desde o início da pandemia 75% das empresas brasileiras desenvolveram iniciativas para cuidar da saúde mental dos colaboradores. O nosso serviço se saúde enfatiza sempre que é preciso ter um olhar mais atento e cuidadoso para as questões de saúde mental”.
Mais de 50% dos brasileiros afirmaram que sua saúde emocional e mental piorou desde o início da pandemia
Esse índice é superior à média dos 30 países pesquisados pelo Instituto Ipsos, que entrevistou 21 mil pessoas para o levantamento encomendado pelo Fórum Econômico Mundial.
Cerca de 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou entre 2020 e 2021, índice somente maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%). Em outra pesquisa global de março de 2020 41% dos brasileiros disseram ter sintomas como ansiedade, insônia ou depressão.
O médico Ricardo Pacheco lembra que a saúde mental do trabalhador é uma das grandes preocupações das organizações. “Especialmente considerando as diversas transformações ocorridas nesses ambientes devido à pandemia do novo coronavírus. Entre as doenças mentais que podem estar relacionadas ao trabalho estão a depressão, a ansiedade, as dependências de álcool e outras drogas e a Síndrome de Burnout − um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema relacionada ao trabalho de um indivíduo. Juntas, essas doenças e síndromes estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no Brasil, segundo a Previdência Social”, afirma o CEO da Oncare Saúde.
Já Cristina Rodrigues chama a atenção para o fato de que grande parte das organizações não estão preparadas para lidar de maneira satisfatória com os problemas relacionados à saúde mental dos colaboradores. “Aquelas que estão mais preparadas o fazem por meio da assistência – o que também é importante, mas não é suficiente, já que esse respaldo não influencia nas causas das doenças. É óbvio que ações de assistência, corretivas, são necessárias. Mas o ideal é trabalhar com a prevenção e com diagnósticos preventivos contínuos dos trabalhadores. Atuar na saúde mental envolve um nível de investigação muito maior. Fazemos esse trabalho preventivo com acolhimento que traz excelentes resultados”, completa a psicóloga da Oncare Saúde.
De acordo com Ricardo Pacheco, o meio ambiente do trabalho adequado é uma forma de prevenir a saúde mental do trabalhador. “É preciso que se busque um meio ambiente do trabalho psicologicamente hígido a partir da relação entre os riscos psicossociais laborais e os transtornos mentais ocupacionais, cujo tema é de extrema atualidade e importância no campo das relações de trabalho, especialmente no momento em que vive o Brasil, diante de verdadeira epidemia de doenças ocupacionais, com destaque para o aumento das doenças mentais que atingem os trabalhadores”, conclui o CEO da Oncare Saúde e presidente da ABRESST.
A importância do bem-estar no trabalho nas empresas
O bem-estar além de manter o trabalhador saudável e satisfeito, contribui para a produtividade com eficiência e responsabilidade social
O bem-estar vem ganhando cada vez mais espaço na lista de prioridades de grandes corporações, até porque a pandemia de Covid-19 transformou as pessoas, o mercado de trabalho, a rotina e outros aspectos da vida pessoal e profissional.
Este é o momento de as empresas reverem suas prioridades e repensarem suas estratégias com base nas tendências de bem-estar. Essa deve ser uma das prioridades das organizações para realizar ações de promoção ao bem-estar físico, mental e social dos colaboradores, dentro e fora da empresa.
O bem-estar corporativo precisa se tornar um dos índices de RH para medir a qualidade de vida e bem-estar dos funcionários. A empresa só tem a ganhar, com a diminuição do turnover e com o aumento da produtividade dos profissionais satisfeitos com a instituição.
De acordo com o médico e gestor em saúde Ricardo Pacheco agora é a hora de colocar em prática as ações que contribuem para o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores. “Fazer desse ano que começou há pouco um novo ciclo para promover as melhorias necessárias que contribuem para o bem-estar é uma excelente forma de contribuir para o aumento da produtividade e diminuição dos afastamentos e absenteísmo. Pensar em bem-estar é considerar um estado de satisfação e conforto em que corpo e mente estejam em tranquilidade e sintonia. São sensações importantes para garantir a segurança e a saúde emocional das pessoas”, afirma o CEO da Oncare Saúde e presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho).
Bem-estar no trabalho é um conjunto de ações que garantem qualidade de vida aos colaboradores no ambiente corporativo
O bem-estar além de manter o trabalhador saudável e satisfeito, contribui para a produtividade com eficiência e responsabilidade social
Promover o bem-estar torna a equipe mais engajada e faz com que as atividades de rotina sejam executadas de forma mais assertiva, o que otimiza os processos.
A promoção do bem-estar acontece por meio de multiespecialidades que envolvem inclusive o serviço de saúde ocupacional, que ajudam a manter um time saudável e satisfeito no desempenho das suas funções.
“Quando uma empresa investe em bem-estar, ela ganha em organização, produtividade, resultados e, consequentemente, o sucesso da marca. O inverso acontece quando as pessoas não se sentem bem no ambiente de trabalho ou não sentem que suas necessidades estão sendo atendidas. Em casos mais graves, cansaço e frustração podem evoluir para distúrbios emocionais relacionados ao trabalho, como depressão, Burnout, síndrome do Pânico e transtornos de ansiedade”, alerta o médico e CEO da Oncare Saúde.
O médico lembra que a estrutura física precisa ser observada para obter o bem-estar no trabalho. “O ambiente físico influencia na saúde emocional dos colaboradores e é por isso que a norma nº 17 da Portaria MTE/MPS nº 3.751 de 1990 dispõe sobre ergonomia. É importante planejar o ambiente de trabalho e investir, por exemplo, em cadeiras macias com encosto no ângulo adequado para coluna, ombros e braços; em mesas reguladas na altura ideal para manter a postura do colaborador e em um ambiente bem iluminado e com temperatura apropriada. O objetivo é reduzir danos evitando os riscos de acidentes, impactos e lesões por esforço repetitivo”.
O bem-estar no trabalho e a saúde mental
Sabemos que o bem-estar também está muito relacionado com saúde mental. O colaborador que não está com sua saúde mental comprometida é capaz de realizar suas atividades com envolvimento e eficiência e, assim, potencializar os resultados da empresa.
Um maior enfoque na saúde emocional vai beneficiar dos acionistas aos trabalhadores. Por isso, segundo a pesquisa, o bem-estar emocional é prioridade para 97% das empresas, que já estão realizando algumas ações específicas. Elas incluem: promover soluções de cuidados virtuais; fazer uso de campanhas e comunicação para mudar a visão sobre problemas emocionais; medir o estresse da força de trabalho e suas principais causas; oferecer suporte emocional sobre luto; patrocinar grupos de empregados com foco em saúde mental, entre outras.
“O trabalhador tem que ser cuidado em todas as suas necessidades e, nesse sentido o serviço de saúde corporativa tem um papel fundamental, já que avalia mais que os riscos físicos, por meio de um serviço de psicologia consegue também avaliar os riscos de distúrbios mentais. O ser humano é complexo e a medicina no trabalho também precisa ser”, completa o médico e CEO da Oncare Saúde.
Sobre a Oncare Saúde
A Oncare Saúde é uma plataforma de solução integrada de saúde, que oferece assessoria e consultoria, para empresas e para população em geral. Inclui assistência médica, assistência integral social e assistência à saúde dos beneficiários e seus dependentes, com ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação. Dessa forma, contribui para o aprimoramento do sistema social e de saúde do Brasil.
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