Março Amarelo – Mês Mundial de Conscientização da Endometriose
Ginecologista alerta para a prevenção da doença
Março é o mês mundial de conscientização da endometriose. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no mundo todo estima-se que 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva apresentam essa doença, que causa dores e infertilidade. O Brasil está entre os países que realiza a campanha Março Amarelo, também conhecido como o Mês Mundial de Conscientização da Endometriose.
A ideia é promover a conscientização, especialmente entre as mulheres, sobre a importância de prevenir o problema e a chamar a atenção para a dificuldade de diagnóstico da doença. Estudos realizados em vários países como Austrália, Reino Unido e Estados Unidos indicaram que as mulheres avaliadas tiveram uma demora em torno de 7 a 10 anos entre o surgimento dos primeiros sintomas da doença e sua confirmação.
O Dr. Igor Padovesi, ginecologista da USP, do Hospital Albert Einstein e especialista em endometriose, explica que a endometriose é uma doença inflamatória e progressiva ao longo dos anos, se não for diagnosticada e tratada adequadamente. O endométrio é a parte interna do útero – aquilo que todos os meses é estimulado ao longo do ciclo menstrual, e que ao final do ciclo, quando não houve fecundação, descama e se torna a menstruação. Esse endométrio pode aparecer fora do útero, na parte externa dele e também atingindo outros órgãos da pelve, e isso é a chamada doença endometriose. Esse tecido endometrial fora do lugar causa um processo de inflamação, que leva a dores e infertilidade, por causar muitas aderências entre os ovários, as trompas, útero, intestino, bexiga, etc.
Existem alguns sinais que podem ajudar na identificação da endometriose. A maioria das mulheres têm muitos sintomas, como dores – principalmente uma cólica menstrual muito intensa, dores na relação sexual e dor pélvica crônica – e podem ter dificuldade pra engravidar. As cólicas geralmente começam desde as primeiras menstruações e pioram ao longo do tempo. “Mas existe uma variação entre esses sintomas. Algumas mulheres podem ter poucos sintomas” explica.
Um aspecto muito importante com relação ao diagnóstico preciso da endometriose é o fato de os exames de rotina, como o ultrassom transvaginal e até a ressonância, não mostrarem a doença. Vários estudos feitos em diversos países do mundo mostram que a cada quatro mulheres com dores e que depois tiveram a endometriose confirmada, três já tinham feito exames normais que nem sugeriam a doença. Segundo o Dr. Igor, a grande maioria dos ginecologistas gerais, não especialistas em endometriose, não sabe orientar corretamente as mulheres com relação ao diagnóstico e tratamento corretos.
A endometriose pode sim ser diagnosticada por exames de imagem, porém é necessário que sejam exames especializados, feitos por radiologistas que têm um treinamento específico nessa área. “O primeiro passo para as mulheres que suspeitam da doença é procurar um especialista em endometriose para serem avaliadas e depois direcionadas para um exame de imagem especializado, capaz de verificar de forma confiável a presença ou não da doença. Com isso o especialista poderá orientar corretamente o melhor tratamento. Nem sempre há necessidade de cirurgia”, afirma o Dr. Igor Padovesi.
Mais sobre Dr. Igor Padovesi
Dr Igor Padovesi, ginecologista da USP e do Hospital Albert Einstein.
Formado e pós-graduado pela USP, especialista em cirurgia de endometriose minimamente invasiva.
Membro da Comissão de Comunicação Digital da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, certificado em Endoscopia Ginecológica (Videolaparoscopia e Histeroscopia) pela FEBRASGO / AMB
Co-autor de trabalhos científicos publicados na área de Ginecologia e Endometriose
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