Estudo inédito reúne dados sobre SARS-CoV-2 na Baixada Santista
Com base nas informações coletadas, a velocidade de transmissão do vírus na região é superior à de todas as outras regiões que fizeram levantamentos semelhantes
Um levantamento desenvolvido na região metropolitana da Baixada Santista reuniu dados sobre a incidência do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Realizado pelo Governo Estadual de São Paulo em parceria com a Unifesp e outras instituições, o estudo EPICOBS (Epidemiologia da Covid-19 na Região Metropolitana da Baixada Santista) foi realizado de 29 de abril a 20 de junho, com resultados que reforçam a recomendação de manter o isolamento social e o uso de máscara.
Além de ser inédito no estado de São Paulo, o EPICOBS é apenas o segundo estudo de base populacional para pesquisa de infecção por SARS-CoV-2 realizado no Brasil.
O estudo buscou estimar o percentual da população da Baixada com anticorpos para o SARS-CoV-2, determinar o aumento do número de infectados ao longo do tempo, obter cálculos mais precisos da letalidade do vírus e avaliar quão bem informada a população está sobre os riscos de transmissão e as medidas de isolamento.
Para atingir esses objetivos, o estudo EPICOBS realizou 2.442 testes nos 9 municípios da região (Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá, Cubatão, Itanhaém, Peruíbe, Bertioga e Mongaguá) ao longo de 2 meses, com intervalos de 15 dias. A seleção dos cidadãos foi definida por sorteio e as coletas foram realizadas em domicílio.
Do universo de amostras coletadas, 160 foram positivos para a presença de anticorpos do novo coronavírus. Os cálculos sugerem que, para cada caso notificado Baixada Santista, há outros 7 não notificados, representando aproximadamente 1 infectado para cada 15 habitantes da região.
Resultados alarmantes
Os dados indicam que 6,6% da população entrou em contato com o SARS-CoV-2. Fazendo o cálculo para o total de habitantes da região, chegou-se à estimativa de 120.904 portadores do vírus.
Além disso, o estudo chegou a dois percentuais para estimar a proporção de óbitos causados pelo novo coronavírus na Baixada. Baseando-se nos casos notificados (18.521) e no total de óbitos (812), a letalidade é de 4,5%. Já com o total estimado de casos (120.904), a taxa de mortandade cai em 0,7%, usando o mesmo número de 812 mortes.
Essas e outras informações encontradas pelo estudo levam à conclusão de que a prevalência do SARS-CoV-2 está em ascensão na Baixada Santista e que a velocidade de disseminação da infecção na Baixada Santista é mais acelerada do que todos os estudos semelhantes no mundo.
Com isso, os realizadores do estudo recomendam à população continuar praticando isolamento social e usando máscara fora de casa para combater a pandemia.
O estudo EPICOBS é realizado pela Fundação Parque Tecnológico de Santos e reúne mais de 40 pesquisadores de todas as universidades da região, com apoio da Associação Comercial de Santos. A compra dos testes rápidos utilizados na amostragem foi financiada pelo Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista).
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