Covid-19: fake news podem colocar em risco a vida de asmáticos
Mensagens dizem que pacientes com asma devem parar de tomar medicações e até que asmáticos estão imunes ao novo coronavírus; pneumologista mostra o que é fato e dá dicas
Com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) uma avalanche de fake news sobre o tema tem inundado a internet, muitos delas confundem as pessoas e podem até colocar em risco suas vidas. Nas últimas semanas, boatos que circulam pela internet têm alarmado pacientes com asma.
“Cerca de 40% dos pacientes com asma que tenho atendido nos últimos dias chegam querendo saber se, por causa da pandemia do covid-19, elas devem parar com suas medicações”, destaca pneumologista Ronaldo Macedo, que trabalha no Hospital de Clínicas da Unicamp há quase 10 anos, onde é coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas /Intersticiais.
Isso se deve ao fato de circularem pela internet e pelas redes sociais várias informações que afirmam, por exemplo, que o uso de corticoide inalatório (popularmente conhecido como bombinha para asma) deve ser interrompido, como uma forma de reduzir os riscos de contaminação pelo covid-19. E há até fake news que dão conta de que as pessoas com asma são imunes ao novo coronavírus!
“Essas informações não fazem sentido. Os pacientes asmáticos devem continuar seus tratamentos, para que seu quadro não se agrave e eles não tenham inclusive que ser internados, o que, no cenário atual, representa maior risco de contaminação pelo covid-19”, alerta Macedo, que é pneumologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
“As medicações para tratamento da asma nunca devem ser suspensas. Os pacientes asmáticos devem manter o plano de tratamento traçado junto com seu médico e, se houver dúvida, procurar orientação médica. Manter regras de distanciamento social e higiene de mãos é imprescindível, bem como as medidas habituais para esta época do ano, como hidratação e vacinação contra gripe (influenza)”, completa Macedo.
Sobre o Dr. Ronaldo Macedo
Ronaldo Macedo trabalha no Hospital de Clínicas da Unicamp há quase 10 anos, onde é coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas /Intersticiais (ambulatório de referência na Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) e no Hospital Vera Cruz / Campinas. Também é professor da disciplina de Emergências Respiratórias na pós-graduação de Medicina de Emergência do Instituto Terzius. É pneumologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, tendo participado como Observer Fellow no Serviço de Transplante Pulmonar no Toronto General Hospital, no Canadá.
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